A prática de corrida de média e longa distância tem crescido em todo o mundo. Apesar de todos os efeitos benéficos da prática de corrida, tem-se observado uma elevada incidência de lesões, sobretudo em membros inferiores. O mecanismo de lesão relacionada à corrida obedece a um padrão comum a todas as lesões nos diferentes esportes e decorre da sobreposição de dois ou mais fatores. Os objetivos desse estudo foram: 1) relatar prospectivamente a incidência de lesões osteomioarticulares em corredores amadores durante 12 meses de seguimento; e 2) detectar os principais fatores extrínsecos e intrínsecos para as lesões encontradas. Dezoito corredores (13 homens e cinco mulheres) amadores foram selecionados para participarem do estudo. Eles foram submetidos a uma avaliação clínica com exame físico completo e do aparelho locomotor, avaliação nutricional, exames laboratoriais, teste ergométrico, avaliação da densidade mineral óssea e composição corporal e radiografia dos pés no período basal e após um ano de seguimento. Aqueles que apresentaram alguma lesão foram comparados com seus pares que não lesionados, considerando-se as diversas variáveis coletadas. Metade da amostra (50%) apresentou alguma lesão osteomuscular em membros inferiores no período do estudo. Os fatores de risco significantemente associados foram graus de extensão de joelho e flexão plantar diminuídos, frequência cardíaca de repouso menor e velocidade de treino maior. A alta frequência de lesões osteomioartculates nestes corredores de longa distância esteve associada a fatores intrínsecos e extrínsecos. A avaliação clínica deve ser focada nesses parâmetros com intuito de prevenir lesões em corredores.