Resumo

O lazer, após a promulgação da Constituição Brasileira de 1988, atingiu uma importância nunca antes imaginada. O lazer ganhou status de direito social. Também deflagrou a necessidade que as cidades brasileiras promovessem políticas públicas para atender tal direito. Um pouco depois deste período foi aprovado o Estatuto das Cidades, que obriga as cidades brasileiras acima de 20 mil habitantes a construir participativamente seus planos diretores a cada dez anos, pensando nos usos sociais da cidade, dentre estes o lazer. Desta forma, este estudo procurou analisar a e (ine) quidade de acesso da população negra e parda aos espaços públicos de lazer na natureza na cidade de Campinas. Utilizamos a cartografia para análise dos espaços cotejando com dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fizemos o geo-referenciamento de todos espaços verdes de uso social da cidade e o projetos de parques lineares verdes e fizemos um bordeamento de 500 metros, 100metros, 1500 metros e 2000 metros em relação a população auto-declarada parda e negra da cidade . Concluímos que a evolução da morfologia urbana de Campinas se deu a partir de movimentos migratórios regulares que trouxeram pessoas em busca de uma vida melhor, que foram jogadas as franjas da cidade e excluídas da cidade tomada desde um modelo nordocentrico. Tal população em geral condiz com pessoas que outrora foram escravizadas pelos europeus nas fazendas de café e que ao serem libertas não alcançaram status de cidadãos de pleno direito. A cidade europeizada deu lugar a uma cidade norte americanizada, com diversos bairros com condomínios fechados sendo construídos nas áreas onde prevalece mais o verde.

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