Resumo

A nutrição é especialmente crítica para jovens atletas de alto nível em esportes competitivos, como o futebol. Como estão em pleno desenvolvimento físico e mental, a ingestão alimentar inadequada pode resultar em baixa disponibilidade de energia, que pode ter efeitos negativos na composição corporal, no desempenho esportivo e na saúde desses atletas. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é caracterizar a ingestão alimentar e a composição corporal de jovens atletas de futebol masculino competitivo. MÉTODOS: participaram do estudo 9 jogadores de futebol do sexo masculino das categorias Sub-12 (n=9), com 12,1 ±0,43 anos, estágio de maturação -1,33 ±0,51 anos, 42,1 ±6,0 kg, 152,6 ±6,8 cm, de uma equipe do interior do Rio Grande do Sul. A ingestão alimentar foi avaliada por meio de um registro alimentar de três dias (sendo dois dias de semana, típicos, e um dia do final de semana, atípico), inserido no software Dietbox e avaliado com base nos parâmetros das DRIs. A composição corporal foi avaliada por aferição de dobras cutâneas (tricipital, subescapular, coxa, abdominal e panturrilha) em triplicata, por um antropometrista certificado pelo ISAK, resultando em valores de somatório de dobras e percentual (%) de gordura estimado (SLAUGTHER et al., 1988). RESULTADOS: A ingestão energética média diária foi de 2.344,6 ±692,8 Kcal, das quais 50,6 ± 6,97 %VET provenientes de CHO (sendo 7,2 ± 3,4 g/kg/d), 15,0 ± 2,4 %VET de PTN (sendo 2,2 ± 0,8 g/kg/d) e 34,4 ± 5,5 %VET de lipídios (sendo 2,15 ±0,66 g/kg/d). A ingestão de micronutrientes média diária foi de 661,7 ± 169,1 mg de cálcio e 11,9 ± 4,3 mg de ferro. A somatória de dobras média foi de 51,34 ± 21,0 mm, enquanto o percentual de gordura média foi 15,45 ± 5,2 %. CONCLUSÃO: A ingestão alimentar foi considerada adequada para idade em termos de macronutrientes e ferro. No entanto, é importante destacar que a ingestão de cálcio está abaixo do recomendado para a faixa etária dos participantes. Embora seja necessário ponderar que este grupo de atletas ainda não atingiu seu pico de velocidade de crescimento, o percentual de gordura está acima do preconizado pela literatura científica para atletas profissionais