Interações Entre a Resposta Lactacidêmica e da Biomecânica da Corrida no Desempenho de Esforços Repetidos
Por V. L. Andrade (Autor), Marcelo Papoti (Autor), L. H. P. Vieira (Autor), L. P. Oliveira (Autor), G. F. Alves (Autor), F. P. Mariano (Autor), P. R. P. Santiago (Autor).
Resumo
O objetivo da presente investigação foi de investigar as possíveis alterações no padrão biomecânico durante um modelo intenso de RSA (RAST) e as possíveis interações entre a resposta biomecânica e fisiológica com o desempenho. Para tanto, 16 atletas (22,1 ± 3,1 anos, 78,6 ± 22,9 kg e 186,1 ± 10,1 cm de estatura) participaram do presente estudo. Os participantes foram submetidos à colocação de marcadores refletivos para definição de 14 segmentos corporais (i.e. segmentos rígidos). Um aquecimento padrão de 5 min. foi conduzido antes do inicio do protocolo experimental. Os indivíduos realizaram seis esforços máximos de 35 m separados por intervalos de recuperação passiva de 10 s (RAST). Durante os esforços, duas câmeras (Casio EX-FH25) captaram o desempenho por análise cinemática bidimensional enquanto que outras 12 câmeras (OptiTrackTM - NaturalPoint) foram posicionadas para análise cinemática tridimensional nos dez metros finais de cada esforço. Verificamos aumento do tempo do primeiro (4,67 ± 0,39 s) para o sexto esforço (5,28 ± 0,36 s; +11,6%; p < 0,05). Foram encontradas alterações na frequência de passo, tempo de contato, tempo de passada, velocidade horizontal do centro de massa (CM) e inclinação da coxa no toque do pé do solo (-18,8%; +19,7%; +16,7%; - 17,6%; -14,4%; p < 0,05). Quando testadas as correlações com o desempenho, o TMin (4,43 ± 0,37 s) interagiu negativamente com o desvio padrão do deslocamento vertical do CM (CMzSTD), ângulo de tornozelo no instante de contato com o solo (θtornTOQ) em todos os esforços e ângulo de tornozelo no instante de retirada do solo (θtornRET) (r = -0,73; r = - 0,75; r = -0,68; p < 0,05) em todos os esforços exceto no quinto. A concentração pico de lactato ([Lac]Pico) foi correlacionada com a frequência de passos (FP) nos dois primeiros esforços (p < 0,01), o comprimento do passo (CP) (p < 0,05), o TF (tempo de voo), a VyTOQ (velocidade horizontal do CM no instante de contato do pé com o solo) e a VyRET (velocidade horizontal do CM no instante de retirada do pé do solo) no primeiro esforço (p < 0,05). Moderadas e fortes correlações entre os parâmetros biomecânicos e índices de desempenho foram encontradas no presente estudo. Desse modo, pode-se concluir que durante o RAST alterações mecânicas são encontradas e, além disso, o ângulo de tornozelo, a variabilidade do deslocamento vertical do centro de massa e a inclinação da coxa pareceram ser fundamentais para identificação de parâmetros que influenciam diretamente no desempenho deste modelo.