Resumo

O objetivo da presente investigação foi de investigar as possíveis alterações no padrão biomecânico durante um modelo intenso de RSA (RAST) e as possíveis interações entre a resposta biomecânica e fisiológica com o desempenho. Para tanto, 16 atletas (22,1 ± 3,1 anos, 78,6 ± 22,9 kg e 186,1 ± 10,1 cm de estatura) participaram do presente estudo. Os participantes foram submetidos à colocação de marcadores refletivos para definição de 14 segmentos corporais (i.e. segmentos rígidos). Um aquecimento padrão de 5 min. foi conduzido antes do inicio do protocolo experimental. Os indivíduos realizaram seis esforços máximos de 35 m separados por intervalos de recuperação passiva de 10 s (RAST). Durante os esforços, duas câmeras (Casio EX-FH25) captaram o desempenho por análise cinemática bidimensional enquanto que outras 12 câmeras (OptiTrackTM - NaturalPoint) foram posicionadas para análise cinemática tridimensional nos dez metros finais de cada esforço. Verificamos aumento do tempo do primeiro (4,67 ± 0,39 s) para o sexto esforço (5,28 ± 0,36 s; +11,6%; p < 0,05). Foram encontradas alterações na frequência de passo, tempo de contato, tempo de passada, velocidade horizontal do centro de massa (CM) e inclinação da coxa no toque do pé do solo (-18,8%; +19,7%; +16,7%; - 17,6%; -14,4%; p < 0,05). Quando testadas as correlações com o desempenho, o TMin (4,43 ± 0,37 s) interagiu negativamente com o desvio padrão do deslocamento vertical do CM (CMzSTD), ângulo de tornozelo no instante de contato com o solo (θtornTOQ) em todos os esforços e ângulo de tornozelo no instante de retirada do solo (θtornRET) (r = -0,73; r = - 0,75; r = -0,68; p < 0,05) em todos os esforços exceto no quinto. A concentração pico de lactato ([Lac]Pico) foi correlacionada com a frequência de passos (FP) nos dois primeiros esforços (p < 0,01), o comprimento do passo (CP) (p < 0,05), o TF (tempo de voo), a VyTOQ (velocidade horizontal do CM no instante de contato do pé com o solo) e a VyRET (velocidade horizontal do CM no instante de retirada do pé do solo) no primeiro esforço (p < 0,05). Moderadas e fortes correlações entre os parâmetros biomecânicos e índices de desempenho foram encontradas no presente estudo. Desse modo, pode-se concluir que durante o RAST alterações mecânicas são encontradas e, além disso, o ângulo de tornozelo, a variabilidade do deslocamento vertical do centro de massa e a inclinação da coxa pareceram ser fundamentais para identificação de parâmetros que influenciam diretamente no desempenho deste modelo.

Acessar