Interferencia do voo acrobático na modulação autonomica de pilotos da esquadrilha da fumaça da força aérea brasileira
Por Alexandre Bosquette Gomes (Autor), Leonardo Lima (Autor), Aylton Figueira Junior (Autor), Gilberto Pivetta Pires (Autor), Diego Santiago (Autor), Wilian de Jesus Santana (Autor).
Em 47º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
O voo acrobático expõe o piloto de caça a diferentes níveis de acelerações desde a decolagem até a estabilização da aeronave e nas manobras, as quais promovem mudanças instantâneas de direção, alterando as respostas cardiovasculares. Mecanismos compensatórios do sistema nervoso central são encontrados, com alterações que não estão totalmente elucidadas na literatura. Objetivo: Analisar a resposta autonômica do sistema nervoso central em voos acrobáticos de pilotos da Esquadrilha da Fumaça da Força Aérea Brasileira. Procedimentos Metodológicos: Foram avaliados 13 pilotos da Esquadrilha da Fumaça (Força Aérea Brasileira), em duas situações de voos: a) voo de manutenção, que tem como característica reconhecimento das funções da aeronave após condições de acompanhamento mecânico. Em geral são manobras mais leves, com baixa exigência das condições funcionais durante o voo; b) voo de demonstração, que apresenta mudanças de direção, aceleração instantâneas e acrobacias, em formação com 6 pilotos aeronaves em formação, com maior exigência física e mental do piloto. A determinação das respostas autonômicas foi determinada durante os voos nas condições (a) e (b), pelo colete Equivital. Os pilotos utilizaram a colete antes, durante e após as duas condições de voo. Os dados da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) foram armazenados e disponibilizados para análise em programa Kubios. Analise estatística: Foi utilizado teste t pareado com critério de significância (p<0,05) entre os dois voos na comparação de: SDNN, rMSSD e LH/HF. Resultados: Durante o voo acrobático, os pilotos apresentaram alterações na VFC demonstrando aumento da atividade simpática de 29% em relação ao voo de manutenção, em função da resposta global do comportamento de SDNN. Este índice apresentou diferenças significantes (p=0,009) entre os voos de manutenção e demonstração, sugerindo maior ativação do SNA simpático e parassimpático. Contudo, a ativação parassimpática, indicada pelo índice rMSSD, não demonstrou diferenças significantes (p=0,06) entre os voos. O componente de baixa frequência (LF), que representa a ação conjunta dos componentes vagal e simpático, e alta frequência (HF) sobre os indicadores da atuação do nervo vago, quando analisado pela razão (LH/HF), não demonstraram diferenças significantes (p=0,384). Conclusão: Conclui-se que o voo acrobático do tipo demonstração provocou maior ativação do sistema nervoso autônomo simpático, em função do estresse associado ao estado mental de ativação pela formação em 7 das aeronaves e manobras associadas. Futuros estudos são recomendados para conhecer se as posições dos pilotos na formação de voo podem interferir nas respostas autonômicas de pilotos de caça.