Resumo

17/09/2020
Na literatura brasileira em Educação Física e Esportes encontramos, via de regra, uma indistinção entre os termos “jogar” e “jogo”. Assumindo que tal falta de distinção é muito frequente e que podemos, do ponto de vista filosófico, refletir sobre as consequências conceituais desse problema, elegemos essa premissa como central para nosso argumento. Sendo assim, a tese se propõe responder à pergunta: a aparente indistinção entre jogar (play) e jogo (game), oriunda da teoria do “jogo” em língua portuguesa, compromete compreensões metafísicas e axiológicas do jogo? Nossa hipótese de partida é que sim. A ideia que defendemos, nessa tese, é a de que podemos contribuir com a reparação desse comprometimento a partir de um estudo sistemático da contribuição de Bernard Suits para os estudos sobre o jogo e filosofia do esporte. A tese conta com três partes. Na Parte 1, de orientação contextual, apontaremos uma contextualização da origem e desenvolvimento da filosofia do esporte, seguida da elaboração da premissa do estudo e apresentação da indistinção. A Parte 2 focamos nas principais definições de Bernard Suits, mais especificamente suas definições sobre o jogar (play), o jogo (game) e o esporte. Na última seção, Parte 3, identificamos as consequências dessas definições para a filosofia do esporte, focando na metafísica e axiologia dos jogos, dividindo-a em três capítulos que focam nos temas da metafísica do jogo, nas teorias normativas do esporte e na resposta de Suits sobre os jogos como atividades intrinsecamente valiosas. Concluímos que a obra de Bernard Suits não só nos ajuda a compreender o jogo metafísica e axiologicamente, mas evidencia a centralidade do jogo na ética aplicada do esporte e no valor dos jogos para a vida humana.

Disponível em http://www.repositorio.unicamp.br/
 

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