Resumo

O Centro de Ciências, localizado na Universidade Federal de Juiz de Fora, se caracteriza por ser um espaço de divulgação científica que prioriza integrar toda a comunidade acadêmica e o entorno da cidade universitária. Inaugurado em 2006, no Colégio de Aplicação João XXIII, foi reinaugurado em julho de 2017 no campus da UFJF, possuindo atualmente seis exposições com diferentes temáticas, envolvendo principalmente as duas grandes áreas do conhecimento: as Ciências Naturais e as Ciências Humanas. Os estudantes de Turismo da UFJF, por intermédio da disciplina de Lazer e do projeto de extensão “Acolhimento, gestão e monitoramento do fluxo turístico das visitas mediadas e espontâneas no Centro de Ciências da UFJF”, sob orientação dos professores Edwaldo Sérgio dos Anjos Júnior e Alice Gonçalves Arcuri, passaram, desde julho de 2017, a contribuir com esse projeto, destacando-se três grandes campos de atuação: acolhimento, gestão e monitoramento do fluxo dos visitantes. Partindo do pressuposto quanto à existência de uma dimensão educativa inerente ao lazer, tal assertiva se torna ainda mais evidente ao se pensar que o equipamento tem, como premissa fundamental, a difusão científica por intermédio de atividades, dinâmicas, jogos e experiências assentadas na ludicidade. Contudo, pode-se pensar em dilemas relativos à difusão desse conhecimento, como, por exemplo, a linguagem utilizada, o preparo dos mediadores, a imagem que se tem do Centro de Ciências, bem como a existência ou não de uma dimensão dialógica entre visitantes e mediadores ao longo da interação. Em linhas gerais, este trabalho visa apresentar a experiência levada a efeito por estudantes do Curso de Turismo no Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora, procurando discutir as possibilidades, tensões e dilemas vivenciados ao longo das visitas levadas a efeito por visitantes espontâneos ou agendados. Este estudo de caso, de caráter exploratório, se assentará também em uma breve pesquisa bibliográfica, em que se destacam as contribuições de Christianne Lucce Gomes e Nelson Marcellino, ao debaterem, ao longo de diferentes trabalhos, e ao trazerem à tona as dificuldades e possibilidades de se pensar o lazer e a educação. Ademais, destacar-se-ão as contribuições de Bernardo Lazary Cheibub, ao pensar as interfaces entre lazer e experiência turística, escola e juventude no Rio de Janeiro, mormente ao assinalar como os jovens selecionados para participar de um City-tour na cidade, em ação disponibilizada pelo SESC-RJ, não têm seus saberes e práticas valorizados, e Romilda Aparecida Lopes, que, em sua dissertação de mestrado, investigou como estudantes oriundos de instituições de ensino juiz-foranas se apropriam de espaços museais na cidade, problematizando como, em muitos casos, o discurso em torno da democratização cultural esbarra em barreiras tácitas, como abordagens pouco instigantes e problematizadoras e dificuldades de parceria entre escola e instituição museal. Já o estudo de caso, após apresentar um breve panorama teórico sobre a área, se deterá em expor considerações sobre: i) o acolhimento; ii) a gestão; iii) o monitoramento do fluxo dos visitantes; considerando tais categorias interdependentes, destacando-se, na última delas, alguns apontamentos sobre o perfil dos visitantes.