Resumo

Este artigo teve como objetivo investigar as aproximações e os distanciamentos entre o lazer e o letramento racial em um centro de educação da comunidade do Monte Cristo, em Florianópolis, na perspectiva dos educadores que trabalham nesse espaço. O estudo foi orientado pelas epistemologias latino-americanas, inspirando-se mais especificamente, mas, não exclusivamente, nas epistemologias feministas negras. Nessa perspectiva, estamos nos propondo a um esforço decolonial, que requer de brancos e negros uma postura de posicionamento combativo frente às heranças coloniais, como o racismo. Trata-se de um estudo de caso, descritivo e exploratório com abordagem qualitativa dos dados. Participaram do estudo 18 profissionais do contexto investigado, os quais responderam a um questionário online elaborado para essa investigação. Os dados foram analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Os resultados demonstram a necessidade de ampliação da concepção de lazer na perspectiva da prática educativa. Como fenômeno que se manifesta na cultura, o lazer não está isento de reproduzir os males sociais e, o letramento racial parece um aliado importante na superação dessa característica. Concluímos que no contexto investigado o letramento racial contribui para as experiências de lazer, tornando-as significativas e socialmente localizadas, sendo relevante para o enfrentamento do racismo estrutural.

Acessar