Resumo

Os estudos sobre lazer na contemporaneidade sinalizam algumas vertentes, a exemplo dos aspectos sociais, culturais e ambientais. Todavia, é a figura do econômico que sobressai em se tratando de desenvolvimento. Em relação às regiões insulares de Belém, o lazer enquanto prática social torna-se uma das possibilidades tanto para quem pratica quanto para quem oportuniza essas experiências. Nessa dinâmica, uma das alternativas em busca dessas vivências, levandose em consideração o rio como deslocamento, é a ilha do Combu, em função de sua proximidade com a metrópole. Geograficamente localizada próxima à capital paraense, a ilha fica a cerca de 1,5 km de distância do centro urbano e se destaca por ser um local bastante utilizado por quem quer aproveitar um momento de lazer com familiares e amigos, porém, há uma preocupação sobre as ações antrópicas na ilha, relacionadas aos impactos socioambientais provocados como, por exemplo, poluição sonora, erosão do solo, assoreamento dos furos e igarapés, em função de fluxo de lanchas e jet-skis etc. Esta pesquisa, em fase preliminar, teve como objetivo averiguar como têm se dado as políticas públicas de fomento ao lazer e ao turismo nessa ilha. Como metodologia, optou-se por uma abordagem qualitativa, fundamentando-se em revisão bibliográfica por meio de teses, dissertações e artigos científicos, além, da técnica da observação não participante onde o pesquisador “[...] faz o papel de espectador. Isso, porém, não quer dizer que a observação não seja consciente, dirigida, ordenada para um fim determinado” (MARCONI; LAKATOS, 2002, p. 90). Também foi realizada uma pesquisa documental acerca das políticas públicas de lazer e de turismo na Amazônia. Conclui-se que ilhas da região insular de Belém, como a ilha do Combu, apresentam aspectos tanto culturais quanto naturais, que são atrativos para as práticas de lazer e de turismo. No entanto, as políticas públicas destinadas ao fortalecimento de tais práticas são incipientes tanto para os moradores quanto para os visitantes. Nota-se, dentre os problemas enfrentados pela ilha, a ausência de um estudo da capacidade de carga como método de identificação e avaliação de impactos ambientais. A identificação e caracterização dos atrativos poderão contribuir para o zoneamento ambiental com vistas a um cenário sustentável para a área de proteção. Portanto, os problemas que a ilha vem sofrendo, seja por meio do fluxo de visitantes entre as margens, seja por desarranjos ambientais que impactam os biomas insulares, além da ineficiência de políticas públicas, levam, na maioria, à (IN) sustentabilidade cultural, espacial, ecológica, econômica e social.