Lazer na Contemporaneidade Urbana: os Centros Culturais do Sesc/sp (1982-2010)
Por Alexandre Francisco Silva Teixeira (Autor).
Resumo
529LAZER NA CONTEMPORANEIDADE URBANA: OS CENTROS CULTURAIS DO SESC/SP (1982-2010)Alexandre Francisco Silva Teixeiraafst2009@hotmail.comPontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, São Paulo, São Paulo, BrasilEsta pesquisa historiográfica emerge das seguintes questões: 1) O que houve historicamente para que o lazer se tornasse natural em inúmeros locais no espaço urbano? 2) Como foi possível achar que do lazer pode-se retirar alegria e prazer? Para responder parte de tais questões, esta investigação aponta para o estudo de caso sobre a história do lazer na cidade de São Paulo, relacionada aos trabalhadores do comércio em recente contemporaneidade historiográfica. Entre as manifestações, experiências e estratégias ocorridas neste sentido na capital paulista encontram-se os Centros Culturais do Serviço Social do Comércio do Estado de São Paulo. Há mais de 70 anos a instituição SESC atua neste setor e, atualmente, possui implantados equipamentos urbanos para realização de programações em todas as zonas municipais paulistanas. Seu atendimento prioritário são os empregados do comércio e serviços, mas também está aberto a toda a comunidade, com programações que apresentam um modus operandi de diversificado conteúdo cultural. Para a instituição, o lazer é atualmente uma estratégia educativa que pode contribuir para melhorar a qualidade de vida e a convivência entre as pessoas. Para isso, mantém um fluxo permanente de programações culturais que englobam eventos artísticos, esportivos e programas socioeducativos. Com base nas fontes analisadas até o momento, observa-se que durante os anos de 1982 a 2010 as programações culturais, a arquitetura dos espaços e a hospitalidade como formas de acolhimento de seus usuários, firmaram-se como estratégia para oferecer espaços e tempos de lazer na instituição. Como são inúmeros os fatos que marcaram a história do SESC, foi necessário estabelecer limites e critérios de análise para as fontes audiovisuais como fotos, vídeos e entrevistas que balizam a pesquisa. O recorte temporal ficou definido entre os anos de 1982 a 2010, período de concentração de fatos que apontam para transformações nas práticas do lazer, se comparado às das primeiras décadas da instituição. Assim, três aspectos de observação norteiam a seleção das fontes: Programação, Arquitetura e Hospitalidade. Entre as unidades do SESC na cidade de São Paulo foram selecionadas quatro, segundo os critérios: data de inauguração atendendo ao recorte temporal (1982-2010) e não mais que uma unidade por zonas municipais. Assim, foram selecionadas quatro: SESC/Pompeia, SESC/Vila Mariana, SESC/Santana e SESC/ Belenzinho. A compreensão histórica conceitual do lazer de um modo geral aponta indícios de que suas práticas ou ausências na sociedade acabam sempre servindo aos valores e à lógica da produtividade, do rendimento e da utilidade. Tais fatos estruturam historicamente uma plataforma de conhecimento para o lazer comprometida com o desenvolvimento econômico das elites. No caso do SESC, observa-se que o fator produtividade no tempo de lazer alia-se ao educativo não formal e ao educativo permanente que se traduzem em programações abertas à diversidade social, cultural e econômica da população. Características que sugerem a existência de uma racionalização dirigida e ao mesmo tempo criativa e ampla que estabelecem direcionamentos bastante diversificados para o lazer.