Resumo

O objetivo deste estudo foi verificar a ocorrência de lesão muscular (LM), bem como sua preferência quanto ao local acometido, especialidade atlética e fase de treinamento. A investigação caracteriza-se como sendo do tipo descritivo observacional. Participaram da pesquisa todos os 41 integrantes da Equipe Brasileira de Atletismo, sendo 32 homens e 9 mulheres, participantes dos Jogos Olímpicos de Atlanta (USA) 1996.0s dados foram coletados durante o período de preparação dos atletas e jogos, por entrevista direta com os mesmos, através de inquérito de morbidade referida. Os resultados encontrados, demonstraram que 63,4% dos atletas sofreram LM, sendo que destes, 92,3% no sexo masculino e 7,7% no feminino; num total de 73 com média de 2,06 lesões para o sexo masculino e 0,77 para o feminino. Os dados revelaram que a ocorrência de LM foi diferenciada nos dois sexos e que existe predominância em atletas homens, isto é, há associação significativa entre LM e sexo (P<0,05). No que se refere ao local acometido, os achados demonstraram que aproximadamente 69% das LM aconteceram nos músculos isquio-tibiais, perfazendo média de 2,1 lesões por atleta. Quanto à especialidade atlética, os resultados demonstraram que 83,6% dos casos ocorreram nas provas de potência muscular (velocistas e saltadores), revelando que o risco de lesão para as provas de explosão muscular é aproximadamente 5 vezes maior em relação às de resistência muscular; as LM se distribuíram em diferentes períodos de treinamentos, porém, com maior freqüência no período competitivo (66% do total das lesões). Concluise com este estudo que, para o grupo investigado, as LM se manifestam com maior freqüência nos atletas do sexo masculino, nas provas de potência muscular e durante o período competitivo de treinamento.

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