Resumo

O artigo parte da caracterização da educação física como área de intervenção orientada à realização de valores sociais mediante a formação de especialistas diferenciados cujos objetivos não são necessariamente convergentes. Logo, de forma breve, caracteriza a avaliação da pós-graduação no Brasil e a imposição de regras de publicação em periódicos qualificados pelas comissões do organismo avaliador, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), como instrumento principal de elevação da qualidade da produção científica. Salienta que os periódicos qualificados da educação física possuem um perfil muito mais adequado para as áreas disciplinares acadêmicas do que para as que se caracterizam pela sua orientação à intervenção social mediante a elaboração de programas. Realiza um exercício numérico no qual estabelece as possibilidades de publicação dos pesquisadores. Levando em conta produtores e meios, conclui que a regra de publicação de três artigos C e um A por triênio, para se atingir uma boa qualificação na avaliação, é desmedida ou pouco realista. Assim, a área da educação física estaria exigindo-se objetivos quase impossíveis de publicação e as pesquisas realizadas a partir dos marcos das ciências sociais e humanas enfrentariam ainda maiores dificuldades. Finalizando, realiza comentários sobre as relações entre a produção científica, a intervenção social, a inovação e o desenvolvimento tecnológico regional ou local, apontando alguns efeitos negativos da atitude de elevar a qualidade.

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