Resumo

O progresso do Sistema Único de Saúde brasileiro nas últimas décadas, principalmente com a implementação da Estratégia de Saúde da Família, resultou em melhorias no atendimento à população e no fortalecimento de ações para promover a atividade física, incluindo a incorporação do profissional de Educação Física nos cuidados básicos de saúde. No entanto, existem desafios a serem superados, tais como o desenvolvimento da educação dos trabalhadores da área da saúde de acordo com os princípios orientadores do Sistema Único de Saúde. Desta forma, o objetivo desse estudo foi avaliar os limites e as potencialidades da educação para a promoção da atividade física na Estratégia Saúde da Família por meio de uma pesquisa participativa baseada na comunidade, através da construção de um programa educativo com as equipes de saúde. As análises da conversação e da fala foram aplicadas aos dados de três grupos focais (dois no início e um após o programa) e a triangulação foi usada para combinar esses dados com os dados de notas de campo e notas reflexivas escritas pelo pesquisador e também por um observador independente. Cinco limites e potencialidades foram identificados para a educação da promoção da atividade física: organização do trabalho e educação no trabalho; relação do profissional com a atividade física; ponto de vista profissional sobre o processo saúde-doença, no que se refere ao aconselhamento sobre atividade física; falta de cuidados para o profissional de saúde e o aprendizado incidental; e a avaliação dos elementos-chave da estratégia pedagógica. Os resultados apontam para a necessidade de melhorar a organização do trabalho e a saúde oferecida aos próprios profissionais, de fortalecer ações de educação para valorizar a educação permanente e interprofissional e de trabalhar a conscientização dos profissionais sobre a prática e promoção da atividade física.

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