Resumo

Este ensaio parte do entendimento da fronteira como um lugar culturalmente autônomo e com raízes identitárias que o particularizam. Em consequência, também é evidenciada a questão do pertencimento, a exemplo do que aqui é tratado, em que a semelhança entre Jaguarão e Rio Branco – cidades que fazem fronteira entre Brasil e Uruguai – é muito maior que entre a primeira e a metrópole mais próxima, assim como ocorre em tantos casos similares. Partindo desse princípio é que este trabalho analisa o conto intitulado “Empate”, integrante da obra Contos de futebol, do escritor Aldyr Garcia Schlee. O livro é composto por onze narrativas, numa relação com o número de atletas que formam uma equipe de futebol, tendo sido publicado originalmente no Uruguai, com o título de Cuentos de futbol, e depois traduzidos para o português pelo próprio autor para ganhar sua edição brasileira. A análise e interpretação se amparam na relação entre literatura e sociedade a partir dos estudos de Antonio Candido e nas reflexões sobre o futebol e sobre o imaginário que perpassa a identidade cultural no espaço fronteiriço.

Palavras-chave: fronteira; cultura; literatura; futebol.

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