Megaeventos esportivos, mídia e escola: Processos de subjetivação de um grupo de alunos do Ensino médio em tempos de copa do Mundo de futebol no Brasil
Por Arthur Franco e Silva (Autor), Giovana Scareli (Autor).
Parte de Pesquisa e formação em Mídia - Educação Física . páginas 187 - 204
Resumo
O Brasil sediou em 2007, os Jogos Pan-americanos, na cidade do Rio de
Janeiro, dando o pontapé inicial para o que foi chamado por alguns pesquisa-
dores e jornalistas, de “década dos megaeventos esportivos no Brasil”. Os jogos
pan-americanos seriam como uma forma de propaganda, ou seja, o meio para
mostrar às comissões da Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA)
e do Comitê Olímpico Internacional (COI) que o país seria capaz de sediar os
seus produtos, a Copa do mundo de Futebol/2014 e os Jogos Olímpicos/2016/
RJ, respectivamente. Nesse espaço de tempo o Brasil foi país-sede ainda dos
Jogos Militares/2011, também no Rio de Janeiro e da Copa das Confedera-
ções/2013, evento-teste para a Copa do mundo.
A expectativa de ser sede desses eventos vem se concretizando ao lon-
go dos anos, sendo que apenas os jogos olímpicos (olimpíadas e paraolimpía-
das) ainda estão por vir. Para a realização de um megaevento esportivo há de
se considerar a conjuntura material e simbólica exigida pelas instituições que
controlam tais megaeventos, FIFA e COI. Desse modo, diferentes agentes e
instituições são mobilizadas para a construção de um discurso que legitime
o investimento diante da opinião pública. Portanto, há uma conjuntura mate-
rial e simbólica envolvida para a produção de um megaevento esportivo. Para
Marchi Jr. e Souza (2010, p. 246) tal conjuntura inclui
Sendo um acontecimento que envolve um aparato econômico-político-
social elevado, a Copa do Mundo de Futebol masculino da FIFA é um dos
acontecimentos espetaculares que se manifestam na sociedade contemporânea.
Para Debord (1997), “No espetáculo, imagem da economia reinante, o fim não é
nada, o desenrolar é tudo. O espetáculo não deseja chegar a nada que não seja
ele mesmo”. O autor completa mostrando que:
Assim como Adorno e Horkheimer (1986) com o conceito de Indústria
Cultural, o filósofo francês analisa a sociedade que é permeada pelas produ-
ções dos meios de comunicação de massa e da forma como os sujeitos passam
por um processo de alienação.