Resumo

O objetivo geral deste estudo foi investigar os efeitos do metilfenidato sobre o perfil psicomotor e sua relação com a percepção de competência das crianças com transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), sendo que os objetivos específicos foram: 1) identificar a prevalência de TDAH na rede municipal de ensino de Cianorte-Pr e comparar os resultados quanto ao gênero e aos subtipos; 2) avaliar o perfil psicomotor e a percepção de competência de crianças com TDAH; 3) avaliar os resultados do uso do metilfenidato sobre o perfil psicomotor, os fatores psicomotores tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, estruturação espaço-temporal e praxias ampla e fina, alem das dimensões da autopercepção de competência; 4) analisar a influência do metilfenidato no perfil psicomotor e autopercepção de competência quando comparados pela faixa etária de 8 a 9 anos e 10 a 11 anos, dosagem diária do metilfenidato, gênero e pelos subtipos desatento, hiperativo e misto e 5) relacionar o perfil psicomotor com a autopercepção de competência das crianças com TDAH. Foram sujeitos da pesquisa 50 crianças com diagnóstico de TDAH, segundo DSM-IV, de ambos os sexos e com idades entre 8 e 11 anos, estudantes do ensino fundamental do município de Cianorte/Pr. Estes sujeitos foram divididos em um grupo de usuários e outro de não usuários do metilfenidato (MHT). Os instrumentos de coleta de dados foram a bateria psicomotora de Fonseca (1995) e a escala de percepção de competência da Harter (1985), validado por Valentini et al (2010). Os dados foram tratados por meio da estatística descritiva, através do teste de Shapiro Wilk, Mann Whitney, teste Qui-quadrado, correlação de Spearman e alfa de Cronbach, com significância determinada de 5%. Os resultados alcançados demonstraram uma melhor percepção de competência nas dimensões competência cognitiva e valor global nos usuários de MHT, no entanto este grupo obteve menores resultados nos fatores equilíbrio, noção espaço-temporal e praxia fina. Sobre os resultados quanto aos estratos, foram encontrados resultados mais expressivos na competência cognitiva para o grupo de 8 e 9 anos Com relação às crianças mais velhas, estas apresentaram melhor perfil psicomotor e melhor percepção na competência afetiva. Sobre a análise dos subtipos, encontrou-se melhores resultados nas competências cognitiva, comportamental e no valor global, de crianças desatentas que fazem o uso de MHT em relação aos hiperativos+mistos também usuários do fármaco. A correlação indicou relação moderada entre o valor global e a competência cognitiva. Conclui-se que o MHT produziu melhora da competência cognitiva e no autoconceito, principalmente de crianças desatentas e mais novas, embora não tenha influenciado as variáveis de desenvolvimento psicomotor.

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