Migração em América Latina e possibilidades de fruição do lazer: Tendências, conflitos e políticas
Por Robson Amaral da Silva (Autor).
Em IX Colóquio de Pesquisa Qualitativa em Motricidade Humana
Resumo
O fenômeno migratório atual tem se caracterizado por uma maior intensidade dos deslocamentos populacionais no espaço. Os fluxos migratórios tornaram-se mais complexos no que se referem à composição, distâncias percorridas, mas, sobretudo, em suas causas e consequências. Um projeto migratório claramente delineado, que outrora era a opção mais recorrente entre os/as inúmeros/as migrantes oriundos de diferentes países do mundo, tem sido paulatinamente substituído por movimentos migratórios compostos por pessoas cujas realidades e possibilidades de deslocamentos se inserem num contexto mais amplo, afetando frontalmente na sua capacidade decisória. Nesse contexto, cabe destacar o incremento de deslocamentos populacionais entre e em direção à países do Sul global, dentre os quais se sobressaem os países da América Latina, sobretudo o Brasil, em virtude das restrições impostas pelos países do Norte global para entrada e permanência de migrantes internacionais. Adicionalmente, recorrentes conflitos de origem política e religiosa e os eventos climáticos extremos têm gerado desafios de diferentes ordens para o processo de compreensão de como os indivíduos se deslocam, quais os motivos que os levam a migrar, como são vistos/as no contexto em que são recebidos/as e quais os tratamentos jurídico, econômico e humanitários dados a estas pessoas que chegam a outros países. Assim, reconhecemos que estamos diante de uma tendência de reconfiguração das migrações. Nesse contexto, cabe refletirmos sobre a fruição do lazer por parte de migrantes. Poucos visibilizadas numa sociedade que valoriza o trabalho, mas vistas como uma necessidade humana e dimensão da cultura, as experiências de lazer estão presentes na vida cotidiana das pessoas em diferentes tempos, espaços e contextos, sendo assim, o envolvimento dos/as migrantes com a fruição dessa prática social torna-se parte do próprio processo de sua constituição enquanto pessoa.