Militares fisicamente inativos apresentam percepções de sinais semelhantes aos da síndrome do overtraining
Por Daniel Costa Alves da Silva (Autor), Francisco Lima D’Urso (Autor), André Brand Bezerra Coutinho (Autor), Ercole da Cruz Rubini (Autor), Silvio Rodrigues Marques Neto (Autor), Tiago Costa de Figueiredo (Autor), Thiago Teixeira Guimarães (Autor).
Resumo
Introdução: A inatividade física é fator de risco para inúmeras doenças e, paradoxalmente, também pode ser fator de risco para sintomas da síndrome do overtraining(SOT). Objetivo: Os objetivos deste estudo foram avaliar os níveis de atividade física de militares e comparar esses níveis com os sintomas da SOT. Métodos: A amostra consistiu de 95 militares (29,6 ± 1,1 anos; 27,5 ± 3,7 kg/m2) participantes de um curso de carreira, os quais foram divididos em inativos (IN), ativos (AT) e muito ativos (MT). Foi aplicado o Questionário de Overtraining (QOT), além de uma anamnese e a versão curta do IPAQ para caracterizar e estratificar a amostra. A comparação entre as médias dos escores obtidos nos questionários foi realizada através da ANOVA de uma entrada com post-hoc de Tukey quando necessário. Resultados: Os resultados revelaram que 41% dos militares se encontravam IN, 40% AT e 19% MT. A ANOVA indicou diferença significativa nos escores do QOT entre IN (38,62 ± 17,58) e MT (29,06 ± 11,65) (p=0,04). Conclusão: Conclui-se que a maior parte dos militares apresentou níveis adequados de atividade física, porém, os IN manifestaram sintomas mais evidentes da SOT quando comparados aos MT. Apesar de esse assunto ser controverso, a literatura já está bem consolidada de que a SOT não envolve apenas questões relacionadas ao exercício. Outros estressores, como o sono e estresse psicológico, por exemplo, quando associados, podem servir de gatilhos para o esgotamento físico e mental, independentemente do nível de atividade física.