Resumo

O ensaio apresenta o Minivoleibol para Surdos como uma proposta de metodologia adaptada para o ensino de voleibol para surdos, trazendo reflexões sobre representações sociais e o papel, de extrema importância, do esporte para a construção da identidade surda em relação ao mundo ouvinte. É realizada uma contextualização sobre a comunidade surda e o esporte, procurando citar apenas autores surdos nessa temática, apontando que os surdos não participam dos Jogos Paralímpicos, pois sua diferença está pelo desenvolvimento de suas potencialidades através do canal gestual-visual, não se enquadrando, também, nos Jogos Olímpicos e sim num evento próprio, as Deaflympics (Jogos Internacionais para Surdos).  Nos treinamentos de voleibol para a comunidade surda realizados na Associação dos Surdos de Santa Maria (ASSM), percebeu-se que o modelo de treinamento técnico de atletas ouvintes não despertava o desejo de participação da atividade. Para os surdos, o treino deveria ter significado e relação direta com a lógica do jogo, sinalizando a aproximação com a Praxiologia Motriz. Outro aspecto apontado é o equilíbrio de alguns surdoatletas ser diferente de atletas ouvintes durante a execução do toque, manchete, bloqueio, etc. O fisioterapeuta pode identificar estas singularidades e trabalhar junto com o profissional de educação física, a fim de possibilitar a ação motriz, havendo sugestão de exercícios de Pilates que podem ser integrados ao treinamento dos surdoatletas.

Referências

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