Monitoramento do Overtraining com o Modelo do Farol: Estudo de Caso em Atleta Olímpica
Por Thiago Teixeira Guimarães (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: A deterioração da performance constitui-se como principal desfecho e é considerado o fator consensual para a constatação da síndrome do overtraining. Entretanto, é possível que um atleta acometido pelo overreaching tenha o seu desempenho reduzido. Apesar disso, não se tem conhecimento de um único marcador objetivo, preciso e confiável, de aplicação prática e simplificada para o monitoramento da síndrome do overtraining. Objetivo: Verificar possíveis associações entre os sintomas clínicos de overtraining e o rendimento atlético, através de avaliações semanais, durante dois diferentes macrociclos. Métodos: Atleta olímpica de remo do sexo feminino, 34 anos, histórico de síndrome do overtraining, sob utilização de antidepressivos, foi monitorada ao longo de 27 semanas no primeiro macrociclo e 14 semanas no segundo, através dos seguintes protocolos: monotonia e strain, well being state, lesões, questionário de sintomas clínicos do overtraining e percepção subjetiva de recuperação. A atleta preencheu os protocolos no final de cada semana, via plataforma virtual, e o feedback ocorreu no início da semana seguinte, através de faróis. Para tal, a pontuação de cada protocolo era dividida em tercis e uma nova pontuação era atribuída, de 1 a 3, para a realização do somatório geral de todas as avaliações e média aritmética. O farol verde (1 ponto) indicava a zona de conforto. O amarelo (2 pontos) indicava o limite entre o conforto e desconforto, enquanto o vermelho (3 pontos), a zona de desconforto. Resultados: O indesejável acúmulo consecutivo de faróis amarelos e vermelhos nos períodos preparatório geral, pré-competitivo e transitório foram acompanhados de infecções, gripes, apatia, instabilidade emocional, perda de motivação e resultados competitivos insatisfatórios. Conclusões: O modelo do farol para o monitoramento de cargas mostrou-se prático e relevante na conscientização da atleta sobre a periodização do treinamento e fatores que podem interferir no seu rendimento. Pôde-se prever, qualitativamente, o desenvolvimento ou não da supercompensação de adaptações fisiológicos.