Motivação para a Educação Física: Comparação entre alunos do Ensino Básico e Secundário e Alunos do Conservatório de Música
Por Diogo Salgado Braz (Autor).
Em XIX Congresso de Ciências do Desporto e de Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O conceito de Educação Física engloba um vasto campo de ações que segundo Sallis e McKenzie (1991, cit. por Maia, 2003) constitui um papel positivo ao influenciar as crianças e jovens para a adoção de exercício físico, como parte integrante da sua vida no futuro, contribuindo para um propósito único da Educação Física. Desta forma, torna-se pertinente a reflexão inerente ao grau de motivação para com a disciplina, sendo que as diferenças presentes na motivação poderão ser um fator explicativo para os diferentes níveis de desempenho e de envolvimento que os alunos apresentam no decorrer destas aulas (Murray, 2008). Este estudo foca-se na comparação inerente ao nível de motivação para a prática da Educação Física, entre os alunos do ensino básico e secundário que frequentam o conservatório de música e os que não o frequentam. Os dados foram recolhidos através do preenchimento do questionário PLOCQ (Perceived Locus of Causality Questionnaire) (Teixeira, Monteiro, Carraça, & Palmeira, 2018), baseado nos trabalhos de Goudas et al. (1994). Procedeu-se a uma análise relativamente às regulações existentes no continuum da Teoria da autodeterminação, mais especificamente na subjacente motivação intrínseca, regulação identificada, regulação interna, regulação externa e amotivação, dividindo os alunos que frequentam o conservatório daqueles que não o frequentam. Observa-se que os alunos que frequentam o conservatório de música apresentam uma maior motivação para a prática de EF, com as questões motivacionais de dimensão identificada a revelarem enorme relevância, o que, de acordo com Dice e Ryan (2000), constitui um processo através do qual o indivíduo reconhece e aceita o valor de um comportamento. Estes resultados vão de encontro ao estudo de Graziola (2015), evidenciando a legítima conexão entre a EF e a música, possibilitando estabelecer relações intrínsecas de influência direta, através da identificação de fatores de risco relacionados com o músico, o que poderá contribuir para um incremento relacionado com o grau de motivação.