Mulheres no MMA: Corpos Fora do Lugar?
Por Grasiela o Santana da Silva (Autor), Angelita Alice Jaeger (Autor), Paula Silva (Autor).
Em XVI Congresso de Ciências do Desporto e Educação Física dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
No contexto esportivo, os corpos e todas as suas formas de expressões tornam-se protagonistas da história do nosso tempo e de outros, ganham formas, ativam desejos e tornam-se, sobretudo, habilidosos, disciplinados e generificados. São olhares antagônicos que produzem discursos que colocam as mulheres numa condição de desigualdade, subordinadas a uma ordem de gênero, mas que também estimulam resistência e insubmissão (Silva et al., 2012; Vaz, 2011). Mesmo com tantas amarras sociais elas sentiram-se seduzidas e ingressarem nos esportes de combate, a exemplo do Mixed Martial Arts (MMA). Aqui os seus corpos edificam-se como uma forma de reivindicar novos discursos, agora marcados por outras visibilidades e possibilidades de se (re)pensar as configurações sobre o corpo (Butler, 1993; Jaeger & Goellner, 2011; Millen et al., 2016). Se no centro do octógono cobra-se a agressividade e racionalização de técnicas corporais, fora dele a feminilidade e sensualidade são cada vez mais legitimadas em imagens de revistas do esporte. Essas ações representam microrrelações de dominação que foram estabelecidas como forma de controle dos corpos que ali estão (Foucault, 1980). São os mesmos corpos que migram em diferentes espaços e que trazem em si um mundo de significações associados a valores sociais e culturais, mas que também expressão desejos e se constroem (Foucault, 2010). Este estudo tem por objetivo analisar a relação entre as mulheres atletas de MMA e o seu corpo, dentro e fora do octógono. Dessa forma, instiga-nos o seguinte questionamento: Que discursos atravessam o campo esportivo e produzem os corpos das atletas de MMA? Para isso, serão estabelecidos diálogos com as falas de transmissões e narrações das lutas e reportagens que abordam o MMA praticado por mulheres.