O aumento da força de preensão manual decorrente do treinamento de força tem relação com a aptidão funcional em mulheres idosas?
Por Witalo Kassiano (Autor), Bruna Costa (Autor), Gabriel Kunevaliki (Autor), Edilson Serpeloni Cyrino (Autor), Jarlisson Francsuel Melo Dos Santos (Autor), Ian Isikawa Tricoli (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
A força de preensão manual (FPM) é um indicador amplamente utilizado para mensurar a produção de força geral, além de ser um dos parâmetros para diagnosticar fragilidade e autonomia em idosos. Porém, ainda não está bem estabelecido se o aumento na produção de força de preensão manual decorrente do treinamento de força tradicional (TF) apresenta relação com a aptidão funcional em mulheres idosas fisicamente independentes. OBJETIVO: Verificar se o aumento da força de preensão manual decorrente do treinamento de força tradicional se relaciona com o desempenho nos testes funcionais. MÉTODOS: Cento e vinte duas mulheres idosas (> 60 anos) foram alocadas em um dos dois grupos: (1) grupo controle (GC, n = 67) que não foi submetido ao TF, e (2) grupo treinamento (GT, n = 55), onde os dois foram avaliados exclusivamente pré e pós 12 semanas. O programa de TF foi composto por exercícios para o corpo inteiro, a saber: supino vertical, leg press horizontal, remada baixa, cadeira extensora, tríceps no pulley, cadeira flexora, rosca scott e panturrilha sentada (três séries por exercício, 8 – 12 repetições, três vezes por semana, ao longo de 12 semanas). A capacidade de produção de força de membros inferiores foi mensurada por meio do teste de uma repetição máxima (1RM) no exercício de cadeira extensora. A força de preensão manual foi avaliada por um equipamento de dinamometria isométrica. Para avaliação da aptidão funcional, foram utilizados os seguintes testes: timed up and go (TUG), sentar e levantar 30s (SEL30s), caminhada de 6 minutos (TC6min) e velocidade habitual de marcha (VHM). RESULTADOS: O GT apresentou desempenho superior quando comparado ao GC para as seguintes variáveis: força de preensão manual (GT= +5,7% vs. GC= -7,0%, P < 0,001), 1RM no exercício cadeira extensora (GT= +14,1% vs. GC= -0,99%, P < 0,001), TUG (GT= -6,9% vs. GC= +4,1%, P < 0,001), SEL30s (GT= +8,1% vs. GC= -9,9%, P<0,001), TC6min (GT= +4,7% vs. GC= -4,0%, P < 0,001) e VHM (GT= -6,9% vs. GC= +2,8%, P < 0,001). Não observamos relação entre o aumento da força decorrente do TF tradicional e o desempenho nos testes funcionais (P ≥ 0,699). CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que o aumento da força de preensão manual proveniente do treinamento de força tradicional não apresenta relação com a aptidão funcional de mulheres idosas fisicamente independente.