Resumo

A força de preensão manual (FPM) é um indicador amplamente utilizado para mensurar a produção de força geral, além de ser um dos parâmetros para diagnosticar fragilidade e autonomia em idosos. Porém, ainda não está bem estabelecido se o aumento na produção de força de preensão manual decorrente do treinamento de força tradicional (TF) apresenta relação com a aptidão funcional em mulheres idosas fisicamente independentes. OBJETIVO: Verificar se o aumento da força de preensão manual decorrente do treinamento de força tradicional se relaciona com o desempenho nos testes funcionais. MÉTODOS: Cento e vinte duas mulheres idosas (> 60 anos) foram alocadas em um dos dois grupos: (1) grupo controle (GC, n = 67) que não foi submetido ao TF, e (2) grupo treinamento (GT, n = 55), onde os dois foram avaliados exclusivamente pré e pós 12 semanas. O programa de TF foi composto por exercícios para o corpo inteiro, a saber: supino vertical, leg press horizontal, remada baixa, cadeira extensora, tríceps no pulley, cadeira flexora, rosca scott e panturrilha sentada (três séries por exercício, 8 – 12 repetições, três vezes por semana, ao longo de 12 semanas). A capacidade de produção de força de membros inferiores foi mensurada por meio do teste de uma repetição máxima (1RM) no exercício de cadeira extensora. A força de preensão manual foi avaliada por um equipamento de dinamometria isométrica. Para avaliação da aptidão funcional, foram utilizados os seguintes testes: timed up and go (TUG), sentar e levantar 30s (SEL30s), caminhada de 6 minutos (TC6min) e velocidade habitual de marcha (VHM). RESULTADOS: O GT apresentou desempenho superior quando comparado ao GC para as seguintes variáveis: força de preensão manual (GT= +5,7% vs. GC= -7,0%, P < 0,001), 1RM no exercício cadeira extensora (GT= +14,1% vs. GC= -0,99%,  P < 0,001), TUG (GT= -6,9% vs. GC= +4,1%, P < 0,001), SEL30s (GT= +8,1% vs. GC= -9,9%, P<0,001), TC6min (GT= +4,7% vs. GC= -4,0%, P < 0,001) e VHM (GT= -6,9% vs. GC= +2,8%, P < 0,001). Não observamos relação entre o aumento da força decorrente do TF tradicional e o desempenho nos testes funcionais (P ≥ 0,699). CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que o aumento da força de preensão manual proveniente do treinamento de força tradicional não apresenta relação com a aptidão funcional de mulheres idosas fisicamente independente.