Resumo

Buscou-se analisar a percepção de crianças e adolescentes sobre o brincar durante a hospitalização para tratamento de câncer. Esse estudo descritivo de abordagem qualitativa, envolveu 14 pacientes com idade entre 7 e 17 anos, internados em um hospital de Recife, Pernambuco. Na coleta dos dados, utilizou-se um questionário sociodemográfico e um protocolo de consulta ao prontuário para caracterizar os sujeitos, a entrevista semiestruturada e o diário de campo para analisar as percepções a partir de Bardin. Os resultados apontaram que o brincar faz parte do universo da hospitalização podendo ser um recurso humanizado para o enfrentamento desta realidade. Além disso, notou-se a necessidade de ampliação do brincar contemplando também movimentos corporais e identificou-se uma possibilidade de resposta a essa necessidade através da utilização do videogame ativo.

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