Resumo

Este estudo bibliográfico tem como objetivo compreender a dança como possibilidade de re-significação da corporeidade dos adolescentes nas aulas de Educação Física. Para tanto, a investigação promoveu reflexões sobre: a influência das imagens de corpo-espetáculo e consumo veiculado pela mídia, na formação dos(das) jovens na fase da adolescência e a concepção e significação corporal daí geradas. O principal referencial teórico-metodológico da pesquisa se fundamenta na Fenomenologia de Merleau-Ponty (1999), que possibilita reflexões sobre a corporeidade e permite apontar elementos para uma intervenção pedagógica em dança no âmbito da Educação Física escolar, considerando o ser humano na sua totalidade, corporalmente vivido em relação ao mundo. Também permite pensar e perceber com maior sensibilidade as questões colocadas neste estudo, especialmente porque os questionamentos pertinentes ao estudo partiram do “mundo vivido” (como educadora). O procedimento básico da pesquisa foi buscar a contribuição de diversos autores para a construção do corpo teórico da pesquisa que se fundamentou em três eixos norteadores: a concepção de corpo e corporeidade marcada pelo dualismo histórico desde as ideias dos primeiros filósofos até a concepção de corpo utilitário na contemporaneidade influenciada pela mídia; as manifestações da adolescência e a educação do corpo no ambiente escolar, orientada por estudos sobre a adolescência compreendidos nos aspectos físicos, psicológicos, sócio-culturais e reflexões sobre a educação do corpo como (re) produção ou superação da cultura midiática; e da dança como espaço de vivências/experiências nas aulas de Educação Física, que possibilita o desenvolvimento da sensibilidade, expressividade e da capacidade de diálogo do corpo com o mundo, ou seja, a re-significação da corporeidade dos(as) jovens e sua consciência como sujeito-no- mundo. As reflexões sobre a dança discutidas nesse trabalho buscam compreender um conceito de educação pela dança e sua possibilidade concreta de se educar, estabelecendo um diálogo entre corporeidade e estética. Essas reflexões percorrem as ideias de Saraiva-Kunz (2003), e Porpino (2006), ambas defendem a dança no contexto educacional como possibilidade expressiva e estética, que possibilita a materialização da sensibilidade humana.

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