O Desenvolvimento do Atletismo Federado: Estudo Sobre a Evolução do Número de Clubes, Treinadores e Atletas Inscritos na Associação de Atletismo de Braga Entre 1992 e 2002
Por Ramiro Rolim (Autor), Filipe Conceição (Autor), José Augusto Rodrigues dos Santos (Autor), Paulo Jorge Colaço (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O dinamismo de uma modalidade desportiva contabiliza-se, em grande
medida, pelo número de pessoas nela envolvidas a diferentes níveis; como
atleta, treinador, dirigente ou juiz. No caso do Atletismo português, ao
longo das últimas duas décadas, particularmente a partir dos anos 90, temos
vindo a assistir a uma aparente diminuição do número de jovens a participar
nas suas diversas competições. Foi este sinal de alerta que nos impeliu para
o estudo exploratório deste fenómeno, circunscrito ao distrito de Braga,
tendo em vista verificar ou não a sua veracidade. Assim, foram propósitos
deste estudo, avaliar ano a ano e durante uma década (1992 - 2002) a
evolução: 1) do número de clubes filiados; 2) do número de atletas filiados;
e, 3) do número de treinadores no activo. Os resultados encontrados
confirmaram a nossa suposição, de uma acentuada diminuição do número
de atletas federados na Associação de Atletismo de Braga, bem como do
número de clubes filiados ao longo da década em estudo. Esta inquietante
tendência parece resultar de um conjunto de circunstancialismos, entre os
quais destacamos: a) o decréscimo da população jovem; b) a fort e
competição por parte de outras modalidades pelos jovens aparentemente
mais talentosos; c) a aderência dos jovens a desportos mais em voga; d) a
escassa sedução e atractividade exercida sobre os jovens pelo Atletismo
que lhes é proposto na escola e no clube; e) redução do voluntarismo para
a intervenção a diferentes níveis nos clubes desportivos; e, porque não, f)
as transformações sociais e económicas ocorridas, que têm contribuído
para o surgimento de novas atitudes por parte dos jovens face à prática
desportiva, em que os valores do esforço, do trabalho, do competir por
algo, vão dando lugar à facilitismo, à comodidade e ao imobilismo.