Resumo
O objetivo desta tese foi examinar o efeito de uma etapa de intensificação das cargas de força e de uma subsequente etapa de tapering no desempenho técnico e físico, respostas perceptuais e comportamentais, e respostas hormonais de jogadores adolescentes de basquetebol. Dezesseis jogadores de basquetebol (sub15 e sub 16) foram submetidos a cinco semanas de intensificação das cargas de força e três semanas de tapering. A carga interna de treinamento (CIT) foi registrada utilizando-se o método da Percepção Subjetiva do Esforço (PSE) da sessão. Os atletas responderam os questionários Profile of Mood States (POMS) e Daily Analysis of Life Demands for Athletes (DALDA) semanalmente. A concentração de testosterona salivar, desempenho em testes físicos (teste T, Yo-yo Intermittent Recovery 1 [Yo-yo IR1], supino reto e leg press 45º), e ações de deslocamento e ações técnicas durante jogo reduzido foram registrados no início do treinamento (T1), ao final da intensificação (T2) e final de tapering (T3). Maiores valores de CIT foram registrados durante a intensificação (vs. tapering). Não foram observadas alterações na concentração de testosterona e na tolerância ao estresse durante o experimento. Entretanto, observou-se maior fadiga e menor energy index na etapa de intensificação (vs. tapering), sem alteração para o estado de vigor entre as etapas. Adicionalmente, foi observado aumento da carga levantada no supino reto e no leg press 45º (T1 vs. T2; T1 vs. T3), bem como melhora do desempenho no teste T (T1 vs. T2; T1 vs. T3) e Yo-yo IR1 (T1 vs. T2; T1 vs. T3; T2 vs. T3). O grupo também demonstrou redução do tempo dedicado as ações andar/parado (T1 vs. T2 e T3) e shuffle de baixa intensidade (T1 vs. T3), bem como aumento do tempo de corrida (T1 vs. T2 e T3). O programa de treinamento acarretou aumento com tamanho de efeito pequeno no número de ações de arremesso certo, total de arremessos, desarme realizado, rebote e finta com bola. Os atletas com melhor desempenho no Yo-yo IR1 apresentaram maior tempo dedicado a corrida e número de fintas com bola (vs. pior desempenho); os com melhor desempenho no teste T, maior número de fintas com bola; os com melhor desempenho no leg press 45º, maior número de fintas com bola. Não houve diferença nas ações realizadas pelos grupos melhor e pior desempenho no supino reto. Em conclusão, essas respostas adaptativas sugerem que, a) os jogadores de basquetebol adolescentes foram capazes de lidar apropriadamente com o estresse proveniente da intensificação das cargas de treinamento de força sucedida por uma etapa de tapering; b) que essa estratégia de treinamento foi eficaz para a melhora da aptidão física e do padrão de deslocamento na condição de jogo reduzido, e acarretou em um efeito "pequeno", mas possivelmente importante no desempenho técnico observado durante a condição de jogo reduzido; c) que o desempenho em testes físicos pode afetar o desempenho na condição de jogo reduzido