Resumo

É amplamente evidenciada a importância da atividade física como estratégia para melhoria da qualidade de vida da população. Entretanto, estudos relatam que ainda é baixo o aconselhamento sobre este assunto por parte dos médicos, os quais apontam o desconhecimento específico na área como sendo uma das principais barreiras. Autores indicam portanto, que o momento adequado para o ensino desta informação seria ao longo da graduação. O objetivo do presente estudo é descrever a presença de conteúdos relacionados à "atividade física" e/ou ao "exercício físico" nos currículos dos cursos de medicina brasileiros. Trata-se de um estudo descritivo, do tipo censo, realizado através de análise documental disponível online, nos sites institucionais dos cursos de medicina do país. Identificamos 233 cursos de medicina em funcionamento, de acordo com o Ministério da Educação e Cultura. Em 67,8% (n=158) dos cursos, foi possível avaliar o conteúdo curricular com base no material disponível. Foi observado que 12% dos cursos apresentam em suas grades curriculares, ementas ou projeto pedagógico, conteúdos relacionados à "atividade física" e/ou ao "exercício físico". Verificamos ainda que este ensino é mais frequente em cursos pertencentes às instituições de ensino da rede pública quando comparados aos da rede privada (21,5% vs. 5,4%; p=0,002). O ensino sobre atividade física nos cursos de medicina brasileiros é baixo, sendo indicada a necessidade da adequação dos currículos a temas de relevância como os benefícios da atividade física em nível individual e populacional, uma vez que os médicos detêm, em seu papel profissional, fundamental importância na promoção da saúde coletiva.

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