O Estado de Humor e a Insatisfação Corporal Possuem Relação com os Comportamentos de Risco Para Transtornos Alimentares em Atletas de Esportes Coletivos do Sexo Masculino?
Por Hugo Alvares Lira (Autor), Jardilene Andrade Silva (Autor), Geraldo Santos Oliveira (Autor), Lilyan Vaz Mendonça (Autor), Leonardo de Sousa Fortes (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciência & Movimento v. 25, n 3, 2017. 8 Páginas.
Resumo
Os comportamentos de risco para transtornos alimentares (CRTA) dizem respeito a atitudes patogênicas voltadas para a manutenção ou alteração da massa corporal. As frequentes cobranças as quais os atletas são submetidos para melhorarem seu desempenho competitivo podem leva-los a adotarem essas condutas alimentares, buscando um corpo “ideal e compatível” com a modalidade praticada. Contudo, tais comportamentos podem acarretar desidratação, hiponatremia, e reduções da potência anaeróbia e consumo de oxigênio, considerados efeitos prejudiciais para o rendimento esportivo. Algumas variáveis psicológicas podem estar associadas com os CRTA, dentre elas: o estado de humor e a insatisfação corporal (IC). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a relação entre o estado de humor e a IC direcionada à muscularidade com os comportamentos de risco para TA em atletas de esportes coletivos do sexo masculino. Foram adotados como critérios de inclusão: a) participar de competição no ano de 2016, b) ter regime semanal de treino de pelo menos 6 horas e, c) ter disponibilidade para responder aos questionários. Com isto, a amostra deste estudo constou de atletas de esportes coletivos do sexo masculino [futebol (n = 36), basquete (n = 18) e handebol (n = 16)], que treinavam no estado de Pernambuco. A Escala de Atitudes Alimentares nos Esportes (EAAE), Escala de Insatisfação e Checagem Corporal nos Esportes (EICCE) e Escala de Humor de Brunel (BRUMS) foram utilizadas para avaliar os CRTA, IC e estado de humor, respectivamente. Conduziu-se o teste Shapiro Wilk para verificar a normalidade dos dados e em seguida, a correlação de Pearson para relacionar as variáveis da pesquisa. Os resultados do presente estudo mostraram que os escores da EICCE e BRUMS não estiveram correlacionados aos da EAAE (p > 0,05), indicando que, em atletas de esportes coletivos do sexo masculino, os CRTA não são influenciados pelo humor e IC.