Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto do exercício físico na tolerância ao esforço, função cardíaca e marcadores circulantes de inflamação, disfunção endotelial, ativação neuro-humoral e remodelação da matriz extracelular num modelo animal de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. Utilizamos ratos Wistar-Kyoto (n=8), ZSF1 magros (n=8) e ZSF1 obesos (n=16) com idade de 9 semanas. Na 15ª semana de idade, os animais obesosforam divididos em dois grupos: grupo sedentário (ObSED) e grupo submetido a um programa de exercício físico (ObEX; treino aeróbio de 5 semanas, 5 dias/semana, 60 min/dia, 20m/min). No final do protocolo, os animais realizaram um teste de consumo máximo de oxigénio, análise ecocardiográfica e foram sacrificados. Foram colhidas amostras de sangue para análise de proteínas no plasma. No grupo ObEX, comparativamente ao ObSED, observou-se um valor significativamente mais elevado do consumo máximo de oxigénio (18,29±2.01 vs 13,88±2,13 mL.Kg-1.min-1; p<0,05) e mais favorável da função diastólica (razão E/E´ 14,33±2,27 vs 16,53±1,47; p<0,05). O grupo ObEX apresentou valores inferiores dos níveis séricos de Interleucina-6, Fator de Necrose Tumoral-alfa, proteína C reativa, molécula de adesão celular vascular-1, NT-proBNP e Metaloproteinase-9 (p<0,05 vs ObSED). Em conclusão, os resultados sugerem que o exercício físico induz o aumento da tolerância ao esforço e melhora a função diastólica. Estas alterações serão acompanhadas por redução da expressão de marcadores circulantes de inflamação, disfunção endotelial, ativação neuro-humoral e remodelação da matriz extracelular.

Acessar