Resumo
O esporte tornou-se nas últimas décadas do século XX um dos nichos de negócios mais rentáveis dentro da ascendente economia do entretenimento. Nesse cenário, surgiu como um desafio para os jornais dar conta de grupos temáticos de editorias jornalísticas que se colocavam como aparentemente imiscíveis e, por força da sociedade globalizada e de consumo, começaram a se aproximar e se relacionar, como é o caso da economia relacionada ao esporte. Recentemente surgiram no dia-a-dia das coberturas noticiosas, nas páginas dos jornais, reportagens que constroem, por exemplo, relações entre clubes de futebol e bolsas de valores ou, ainda, entre estratégias de internacionalização de produtos de companhias de bebidas e investimentos em marketing esportivo. O mesmo ocorre com matérias com pautas sobre tecnologia, espetáculo e transmissão de eventos, além de outras que abordam o impacto do turismo durante um mundial e o aquecimento da economia durante uma competição. Dentro dessa diversidade que se apresenta, essa pesquisa tem como objetivo estudar como se dá a construção do futebol como negócio na mídia impressa. Para atingir a meta, a opção tomada nesta dissertação foi a de fazer uma análise das estratégias comunicativas de produção de sentido da economia do futebol nos jornais durante a Copa do Mundo de 2002. Para isso, foram analisadas tais reportagens dos jornais diários do segmento econômico Gazeta Mercantil e Valor Econômico, além do segmentado da área esportiva, o Diário Lance!, e o generalista Folha de S.Paulo desde um mês antes do evento e durante toda a competição, ou seja, de 05/05/2002 a 05/07/2002. Com o objetivo de dar conta do corpus de 229 matérias, a dissertação segue um percurso que discorre sobre a mídia como negócio e aborda as relações dos veículos midiáticos com o futebol (introdução e capítulo 1). Em seguida, inicia-se uma reflexão sobre o jornalismo econômico e o esporte como subsídios para a análise dos textos (capítulo 2). A partir daí, levanta-se uma hipótese de construção das temáticas em quatro grupos (capítulo 3), faz-se análise de discurso de reportagens representativas de cada um deles para, conclusivamente, apontar, na construção da Copa de 2002, os contratos existentes entre jornais e seus públicos
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