Resumo

Buscando compreender como as relações de gênero perpassam a prática do futebol, quando meninas e meninos aprendem e treinam juntos essa modalidade, realizamos uma pesquisa etnográfica em uma escola franqueada na cidade de Campinas/SP. Para a eficácia dessa compreensão, a pesquisa buscou uma análise nas relações de gênero e observou a participação dos pais, mães e professores. Para atingir este objetivo, realizamos 22 idas a campo, 15 entrevistas semi-estruturadas e seis filmagens dos jogos durante os treinos, com uma turma mista de futebol. Os resultados apontam que na “Escola Mestre da Bola” os treinos davam ênfase a um ensino tradicional do futebol, enfatizando apenas os fundamentos técnicos. Os procedimentos utilizados durante os treinos não permitia que todos (as) aprendessem a jogar futebol. Notou-se uma isenção com as diferenças de habilidades individuais dos (as) jogadores (as) em relação às fases do jogo. Além disso, preconceitos de gênero eram reproduzidos discursivamente pelo professor e corporalmente pelos alunos. O cenário alicerçava e reforçava uma hegemonia masculina no que tange a prática do futebol. O estudo também abriu novos olhares em relação aos significados da prática deste esporte. Foram observados três significados que estimulam a prática desse esporte: alguns meninos e algumas meninas jogam porque querem ser jogadores (as), outros (as) para