Resumo

A formação inicial é uma etapa para adquirir conhecimentos para o exercício da profissão e os egressos na área de Educação Física devem compreender as possibilidades de suas ações buscando desenvolver e aprimorar maneiras de compreender e de atuar profissionalmente. Com o objetivo de analisar a trajetória profissional dos egressos de 1990 a 1994 do curso de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia – FAEFI/UFU e as impressões sobre sua formação acadêmica, este estudo de natureza qualitativa foi realizado com 67 egressos, os quais responderam a um questionário de perguntas abertas e fechadas com o propósito de delinear o perfil do grupo pesquisado e traçar aspectos de sua trajetória formativa e profissional. As questões fechadas foram analisadas pela frequência descritiva e as abertas pela Análise de Conteúdo de Bardin (1977). Os resultados mostraram que a maioria é do sexo feminino (73%), tem em média 46 a 50 anos (69%), 53% têm de 21 a 25 anos de profissão, 87% possuem pósgraduação, 88% buscam cursos de atualização, 91% participam de congressos científicos e para 64% dos egressos o envolvimento anterior com a área foi o principal motivo para cursar Educação Física. A expectativa profissional era atuar nas duas áreas (40%), seguido da área informal (33%). Em relação à formação inicial e à entrada no mercado de trabalho, a maioria (61%) dos egressos afirmou que os conhecimentos adquiridos no curso não foram suficientes para atuar profissionalmente na área, bem como não houve influência na escolha do campo de atuação(51%). Para 54% dos egressos o currículo da formação foi pouco adequado à realidade. Apesar disto, 81% atuam na área e o principal motivo dos que desistiram da carreira foi por problemas relacionados à saúde (31%). Dos egressos atuantes, 79% estão trabalhando no ensino formal, sendo que a maioria, nas escolas de ensino básico, 85% possuem cargo de professor e a profissão é a única fonte de renda (83%). O que mais motivou os participantes a atuarem na área que se encontram hoje foi a oportunidade de passar em concurso público (busca pela estabilidade), dado esse confirmado por 50% dos egressos.Em relação à satisfação ou não com a área, o total de 44% afirmou estar satisfeito erealizado profissionalmente. Concluímos que necessitamos de boas políticas para que a formação inicial assegure aos profissionais as competências que serão necessárias durante a longa, flexível e variada trajetória profissional. Para isso, as IES devem repensar seus currículos de formação profissional (não apenas criando modelos diferenciados de formação ou reformulando currículos), mais adequados aos desafios domundo contemporâneo, já que a graduação representa a etapa inicial de um longo e amplo processo de formação continuada e permanente do futuro profissional.

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