Resumo

Introdução: Os primeiros contatos de crianças com a prática de esportes, desde que organizados, sistematizados, aplicados e avaliados e abarquem a gama de peculiaridades que demarcam o desenvolvimento infantil, caracterizam a iniciação esportiva, cujo cuidado pedagógico é primordial para confrontar cenários potencialmente tóxicos - como a especialização precoce (SANTANA, 2008; GALATTI, et al., 2014). Objetivo: Relatar a experiência de um professor de futsal, que ministrou aulas de 4 horas semanais para crianças entre 5 e 10 anos no município de Limeira, adequando-se às especificidades do contexto de intervenção. Desenvolvimento: No referido projeto, voltado ao ensino de futsal, foi realizada uma etapa introdutória de “diagnóstico” quanto aos níveis de competências conceituais, procedimentais e atitudinais dos alunos. Inicialmente, a turma foi dividida em duas, conforme faixa etária: uma de crianças entre 5 e 8 anos; outra com crianças de 9 e 10. Alunos da primeira turma, com um nível de perícia apurado, foram remanejados à segunda. Houve considerável incidência, porém, de alunos da segunda turma que passaram a integrar a primeira, uma vez identificadas lacunas quanto à aprendizagem de habilidades motoras e fundamentos básicos do jogo de bola com os pés (GALLAHUE; OZMUN, 2005; FREIRE, 2011). A transição do que Piaget (2011) chama de estágio de desenvolvimento cognitivo pré-operatório, fundamentalmente egocêntrica, ao estágio operacional concreto, comumente ocorrido aos 7 anos parece ter sido retardado. Trata-se de uma evidência dos impactos ao desenvolvimento infantil, decorrentes do isolamento físico e social, entre 2020 e 2021, em função da pandemia de COVID-19. Sugestões: Conseguir interpretar o contexto de aprendizagem permite com que os profissionais consigam realizar adequações didáticas e metodológicas, de acordo às necessidades dos alunos, de modo a fomentar a coordenação, cooperação e, sobretudo, as competências essenciais de um jogo esportivo coletivo, como o futsal.

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