O Processo de Produção de Notícias na Cobertura Jornalística Brasileira dos Jogos Paralímpicos Rio 2016
Por Silvan Menezes dos Santos (Autor), Doralice Lange de Souza (Autor), Josep Solves, (Autor).
Resumo
Os Jogos Paralímpicos (PG) são a maior vitrine da deficiência. Graças à sua crescente popularidade, vão conquistando espaço na televisão e nas redes sociais e conquistando espaço na mídia impressa e digital. Portanto, é importante garantir a qualidade da cobertura do evento e das mensagens que são enviadas sobre as pessoas com deficiência. Também é importante entender quais fatores interferem nessa cobertura e nessas mensagens. Nesse contexto, desenvolvemos um estudo que teve como objetivo compreender o processo de produção de notícias sobre o PG Rio 2016 por jornalistas brasileiros. Usamos uma abordagem descritiva, exploratória e qualitativa com base em alguns atributos dos estudos de newsmaking e gatekeepers. Realizamos 15 entrevistas com jornalistas e editores que cobriram o evento no local ou direto da redação. Nossos resultados indicam que os principais fatores que interferiram e estruturaram as condições de produção e rotinas dos jornalistas durante a cobertura do Rio PG 2016 foram: algumas questões empresariais (priorização dos interesses do público e exclusividade dos direitos de transmissão); algumas questões logísticas (limitação da cobertura a conteúdos acessíveis a partir da redação; barreiras de acessibilidade para jornalistas com deficiência; transporte entre arenas e equipe reduzida de jornalistas); e nível de preparação dos jornalistas para cobrir o evento. As entrevistas revelaram, ainda, que os principais critérios das notícias para a seleção do conteúdo eram a expectativa de vitórias e medalhas, a proximidade e a curiosidade. Eles disseram que enfatizaram o conteúdo que valorizava o espírito esportivo dos atletas e narrativas de superação de adversidades.