Resumo

Este artigo, realizado por meio de pesquisa bibliográfica, teve como objetivo identificar o professor de Educação Física como Interlocutor Qualificado. Para isso, o texto discute e mostra algumas diferenças entre dois paradigmas pedagógicos: um tradicional, o da Instrução; e outra com perspectiva socioculturalista, a Comunicação. Dentro de cada paradigma, o professor, o aluno, o conhecimento e o patrimônio cultural são percebidos de diferentes maneiras. No Paradigma da Instrução, com viés normativo, o professor e o conhecimento são protagonistas, enquanto o aluno é o suporte no processo pedagógico. O professor de Educação Física, neste paradigma, além de ser aquele que julga, avalia, classifica, seleciona e pune, é instrutor e transmissor de conhecimentos, enfatizando gestos técnicos descontextualizados de uma prática pouco significativa para os alunos. No Paradigma da Comunicação o professor é um Interlocutor Qualificado, não há protagonistas, mas sim co-protagonistas. Professor, aluno e conhecimento realizam um movimento de interação e comunicação em que os três são figuras essenciais no processo pedagógico. O texto finaliza indicando que o professor de Educação Física – que utiliza diferentes práticas corporais temáticas como esportes, danças, lutas, entre outras – pode ser um Interlocutor Qualificado desde que rompa com uma proposta autoritária, meritocrática, apenas organizando e mediando atividades , que ignora os alunos e o património cultural, e atua eficazmente como professor democrático, reflexivo e colaborativo, incentivando, negociando e estabelecendo condições para que os alunos ampliem as suas capacidades de aprendizagem a nível motor, cognitivo, social e afetivo.

Referências

Bechara, E. (2009). Minidicionário de língua portuguesa. Editora Nova Fronteira.

Bessa, C., Farias, C., Ramos, A., Coutinho, P., e Mesquita, I. (2022). Problematização sobre as vantagens dos modelos de Educação Física não centrados no aluno versus modelos de Educação Física não centrados no professor. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, Universidade do Porto. Faculdade de Desporto, Porto, 22(1), 66-81.

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