Resumo

A vaquejada é tida como uma manifestação tradicional do Nordeste brasileiro. Seu processo de reconhecimento como atividade profissional tem sido marcado por novas regras e exigências e, dentre essas, o controle de riscos que historicamente têm sido associados a essa prática. Considerando tais mudanças, o estudo investigou os modos pelos quais a percepção do risco tem mobilizado o cotidiano de um grupo de vaqueiros. Utilizamos uma abordagem qualitativa e realizamos uma observação participante em conjunto com entrevistas semiestruturadas. Participaram deste estudo 19 vaqueiros. A análise dos dados foi guiada pelas premissas da antropologia interpretativa. Os participantes reconhecem a gestão dos riscos como uma responsabilidade individual. Identificam nas novas dinâmicas da vaquejada o estímulo à reflexividade tido como fundamental para a mitigação das ameaças. Através de saberes e de atitudes tecnicamente orientadas, racionalizam os perigos de sua rotina de vaqueiro cultivando disposições corporais e emocionais que assegurem sua permanência nesse universo.

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