Resumo

Em 1929, num dos seus conhecidos cursos, José Ortega y Gasset invocou a definição de Filosofia como “he epistéme tôn eleútheron” (dada por Platão no diálogo Sophistés) e sugeriu que a sua tradução mais exata seria esta: a ciência dos desportistas. O que iremos fazer, neste artigo, é tomar do pensador espanhol a doutrina fulcral da vida humana e evidenciar nela o significado e o valor da afirmação do sentido desportivo que distingue todo o viver autêntico e, por conseguinte também, o autêntico filosofar. Tentaremos, principalmente, explicitar, a partir da reflexão de Ortega, a dimensão desportiva que caracteriza a filosofia, tal como todas as grandes tarefas humanas. Para além disso, defenderemos que pensar filosoficamente o desporto implica – e não apenas metaforicamente – pensar a vida como realidade radical que, para ter qualidade humana, exige um esforço, que não é utilitário, mas, antes, um tanto luxuoso e até, aos olhos de muitos, extravagante. 

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