Resumo

14/08/2020
A aula de Educação Física pode ser, um ambiente importante, para a formação de hábitos de saúde, tanto para o presente como para o futuro adulto. Especialmente numa visão mais ampliada de Saúde, que compreende aspectos não somente de ordem biológica, mas também outros de ordem cultural, psicológica, social, dentre outras. Neste cenário, o objetivo principal desta pesquisa é diagnosticar os aspectos motivacionais dos alunos nas aulas de Educação Física escolar, principalmente em relação ao tem Saúde. Trata-se de uma pesquisa exploratória, com abordagem mista (quali-quanti) de Triangulação, que possui como amostra 8 Diretorias de Ensino da Capital de São Paulo (Leste 1, Leste 3, Leste 5, Sul 3, Norte 2, Centro Sul,Centro Oeste, Norte1) 10 escolas, 10 professores e 419 alunos (7º e 8º ano – 12 aos 14 anos). Utilizou-se como instrumento o questionário on-line para os professores e um questionário impresso para os alunos, ambos com questões abertas e fechadas (estas com uma escala de Likert). A coleta com os alunos foi realizada de durante os anos de 2017- 2018 pela pesquisadora, presencialmente. A análise dos resultados foi realizada em dois momentos, sendo que em relação ao primeiro momento foi utilizada a categorização e frequência das respostas e ANOVA (Análise da Variância), com o uso do software SPSS 20.0. E, no segundo momento (quantitativo) por um desenho “Ex post facto” Retrospectivo, e para análise dos dados a MANOVA (Análise Multivariada da Variância) também com o uso do SPSS 20.0. Desde o início deste estudo, mas sobretudo na análise dos dados, estabeleceu-se uma parceria com a Facultad de Ciencias de la Actividad Física y del Deporte (UPM – Espanha), por intermédio do docente Javier Coterón. Em princípio, no primeiro momento, concluiu-se que mais da metade dos alunos não aderem à prática da atividade física como promotora da saúde, pois contam com os benefícios de uma boa alimentação e hidratação e/ou cuidados. Além disso, os resultados mostram que ainda há alunos neste nível (ano) de ensino que desconhecem aspectos relacionados ao tema Saúde, e/ou não entenderam as perguntas da pesquisa. No caso da primeira hipótese, o resultado aponta como o tema ainda é incipiente ou pouco abordado pelos professores ou ainda pouco assimilado/compreendido por eles (mediante as informações e práticas concedidas em aula – poucas ou muitas). Considera-se que os alunos mais motivados intrinsecamente são os que dizem que aderem à prática da atividade física, como um dos promotores da saúde. No segundo momento, concluiu-se que professores frustrados, que desistiram ou pouco usaram diferentes estratégias motivacionais, têm alunos que se sentem menos pressionados e que acabam fazendo “o que querem” durante as aulas de Educação Física, tendo mais satisfação a autonomia percebida, autonomia, competência e mais intenção em continuar fazendo atividade física no futuro. Podendo ainda, reforçar o estereótipo por parte dos alunos, gestores e pais, de que as aulas de Educação Física ainda se constituem pela bola solta, pelo desejo dos alunos e pelo pouco preparo do professor, deslegitimando a área como um campo científico de estudo e como disciplina curricular de fundamental especificidade e importância para a formação do cidadão.

Disponível em http://www.repositorio.unicamp.br/
 

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