O Uso do Salto Alto Por Mulheres Jovens: Entre a Biomecânica do Movimento e o Imaginário da Elegância
Por Carlos Eduardo Senareli Teixeira (Autor), Jeferson Jose Moebus Retondar (Autor).
Resumo
O objetivo do estudo é analisar as representações sociais das mulheres que fazem uso do calçado de salto, à luz de possíveis problemas de ordem biomecânica e incômodos na utilização desse tipo sapato. O estudo apresenta importantes pontos a serem analisados em relação ao imaginário social desse grupo para melhor compreensão dos sentidos que levam algumas mulheres a se submeterem ao desconforto físico em nome da elegância e da beleza. A metodologia utilizada foi qualitativa do tipo descritiva. Aplicamos uma entrevista com seis perguntas do tipo aberta ou semi-estruturada em sete estudantes do sexo feminino que fazem uso sistemático de salto alto. Para discutir a questão do corpo como valor, fizemos uso dos seguintes autores: Ramos, 2002; Goldenberg, 2005 e Wolf, 1992. Para falar do corpo e sociedade Pires, 2005 e Rodrigues, 1983. Em relação à discussão do imaginário e representações sociais: Maffesoli, 2001 e Retondar, 2007. Para o corpo e educação física, Soares, 1998. Para discutir as características biomecânicas do uso do salto alto: Tedeschi Filho et al, 2007; Iunes et al, 2008 e Santos et al, 2008. Os dados encontrados foram: a expressiva maioria usa salto alto em função do que o ambiente solicita, afirmando também que a roupa é escolhida de acordo com o estilo da festa. Para pensar em um calçado que possui conforto, segurança e elegância, nota-se certa dificuldade para a escolha, na qual não houve um sapato comum para as respostas das entrevistadas. Para todas as entrevistadas há diferença na visão dos outros quando se utiliza salto alto e sandália rasteira. Diante dos dados analisados podemos dizer que não se torna importante para as usuárias do salto alto as informações a respeito dos possíveis problemas que o mesmo possa causar, bem como, os incômodos de ordem orgânica derivados do uso sistemático do mesmo, uma vez que a adesão emocional de sentir-se elegante, desejada e bonita sobrepõe-se a qualquer tipo de explicação racional.