Observatório do Etnolazer, Cultura e Formação: Estudos das Práticas e Circuitos de Lazer das Juventudes Soteropolitanas

O projeto buscou construir uma investigação onde a centralidade foram questões e argumentos heurísticos relativos ao Etnolazer, Cultura e Juventudes e suas relações formativas, tendo como ação fundante a construção do Observatório do Etnolazer, Culturas e Formação. Inspirou-nos lançar elementos que trouxessem para o centro da discussão o Currículo e a formação o que, para nós, é de grande sentido e significado: estudos e práticas de lazer em cenários de organização, expressão de culturas juvenis urbanas contemporâneas na cidade de Salvador. Foi em torno do diálogo com a literatura, com as vivências práticas dos atores sociais, que identificamos os aspectos que constituíram a opção epistemológica desse estudo, na perspectiva de compreender os sentidos e significados atribuídos às práticas de lazer em cenários de organização e expressão de culturas juvenis. Durante a investigação utilizamos diálogos com os autores da área; análise de conteúdo dos textos de livros, periódicos; observação e registro das práticas; análise das falas dos jovens pesquisados para reconhecer os sentidos e significados atribuídos ao lazer e seus interesses culturais. Tomamos como base, estudos etnográficos das práticas educativas pautadas na etnopesquisa crítica. Assim foi possível identificar nas falas dos jovens como a escola percebe a cultura efêmera do outro. A forma como a escola se organiza acaba refutando outras dinâmicas formativas, que as culturas juvenis veiculam em suas experiências culturais por não compreendê-las como “atos de currículo”, ou seja, como possibilidades formativas. É preciso fundar uma educação sensível à cultura. Uma educação crítica, cultural e pluralista. Estamos apontando a luz para outra direção. Direção que valoriza, no contexto escolar, a cultura juvenil como problemática formativa; que nega a folclorização efêmera da cultura do outro; que tem como premissa as culturas das ruas como saberes que formam; que tem como princípio o respeito e compreensão do lazer como pautas formativas, o acolhimento e a produção de um Etnolazer e currículo possível de uma formação cultural crítica pluralista.

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