Olhares Aparentemente Dispersos Para a História da Educação Corporal: Sentidos e Sensibilidades
Por Carlos Herold Junior (Autor).
Em Revista Brasileira de Ciências do Esporte v. 38, n 3, 2016. Da página 310 a 312
Resumo
Sentidos e sensibilidades: sua educação na história é uma coletânea composta por nove capítulos que analisam a formação histórica da percepção humana que se dá “pela via dos nossos sentidos primevos” (p. 8). O livro tem textos redigidos por pesquisadores de Brasil, Argentina, Uruguai e Colômbia, que uniram esforços em torno da “indagação fundamental” sobre “como foram educados os sentidos e as sensibilidades em determinados tempos e lugares” (p. 13).
A introdução à obra é redigida por Marcus Taborda de Oliveira, organizador da coletânea e professor da Faculdade de Educação da UFMG. Nela tomamos contato com as balizas conceituais e a relevância do empreendimento intelectual levado a cabo na sucessão dos capítulos. Assumindo o corpo como objeto de estudo, sobretudo a partir dos referenciais da história, as análises problematizam os moventes, porosos e incertos limites entre o que é natural e o que é cultural no tocante a esse objeto das estruturas, das instituições, das ideias e das práticas formativas. Nesse ínterim, Taborda de Oliveira (2012) afirma que se trata de leituras oriundas de um “projeto multidisciplinar” cujo objetivo é “compreender o que permanece de arcaico na nossa humanização e aquilo que a mudança histórica permite vislumbrar como superação do estado de natureza” (p. 9). O organizador, assim, assume a existência dessa delimitação entre o dado e o construído a partir de uma crítica às “ênfases naturalistas ou cientificistas” (p. 9) que olvidam a historicidade daquilo que é chamado de “segunda natureza’ do homem” (Taborda de Oliveira, 2012, p. 9).