Resumo
Esta pesquisa trata de relacionar Movimento Humano, Experiência perceptiva e Simbólica, com base na ontologia da Linguagem em Merleau-Ponty, na concepção dialógica do Movimento Humano do autor alemão Trebels e na teoria do Se - movimentar Humano de Kunz. Busca valorizar as experiências junto aos fenômenos (aquilo que se revela), como caráter criador e não como representações ou pensamentos sobre o fenômeno. A percepção humana não pode ser abordada numa relação de causalidade, ela é uma permanente criação, trata-se da Linguagem / fala que nos permite ir além. A experiência perceptiva ganha lugar de destaque junto às experiências simbólicas num contexto de expressão. O sujeito da percepção é um em si para nós, tem uma relação viva com o mundo, da qual cada experiência se desdobra para formarmos os sentidos. As coisas anunciam-se a nós e nos remetem a algo além, nos fazendo assumir certa postura para reconhecê-las. E podemos fazer isto, porque não somos um corpo inerte, submetidos a uma qualidade, nem tampouco, apenas pensadores. Somos um estado nascente, uma co-presença que se incorpora num estilo. A percepção nos ensina uma ontologia, que ela é a unica a poder revelar. Da crítica a abordagem funcional e biomecânica, em direção a concepção dialógica do Movimento Humano, buscamos a parceria Movimento, Percepção e Fala, com a intenção de criar subsídios para abertura de novas possibilidades metodológicas na área da Educação Física e Esportes, onde a linguagem é o ponto fundamental do processo, no sentido de ampliar possibilidades de expressão, resgatando a importância das nossas experiências, tanto perceptivas quanto simbólicas em direção à reflexão crítica.