Paixão, Satisfação e Estado de Flow em Treinadores Esportivos
Por Amanda Rizzieri Romano (Autor), Evandro Morais Peixoto (Autor), Bartira Pereira Palma (Autor), Larissa Rafaela Galatti (Autor), Tatiana Cristina Henrique Vieira (Autor).
Em III Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
Introdução: A atuação dos treinadores é essencial para que o ambiente esportivo promova o desenvolvimento humano. Entretanto, demandas excessivas que compõem o ambiente de trabalho, como a formação contínua, necessidade de resultados expressivos e prazos curtos, afetam diretamente a relação que pode ser estabelecida com o trabalho e, consequentemente, as experiências vivenciadas em tal ambiente. Entretanto, embora a literatura destaque os desafios enfrentados na carreira por treinadores, poucas pesquisas empíricas promovem a investigação de variáveis psicológicas que são relevantes para o engajamento profissional e bem-estar desses profissionais. Objetivo: Nesse sentido, este estudo teve como objetivo avaliar o papel mediador da variável flow na relação entre paixão, harmoniosa e obsessiva, e satisfação no trabalho em uma amostra de treinadores esportivos. Metodologia: A amostra foi composta por 172 treinadores esportivos com idades entre 18 e 68 anos (M= 35,6, DP= 9,14), de ambos os sexos, sendo 69,6% do sexo masculino. Para obtenção dos resultados foi realizada uma análise de modelagem de equações estruturais (MEE). Resultados: A MEE demonstrou índices de ajustes adequados: χ2 = 778,03, gl = 390, CFI = 0,97, TLI = 0,96, RMSEA = 0,07 [90% CI = 0,06 - 0,08]. Adicionalmente, verificou efeito positivo direto da paixão harmoniosa sobre a satisfação pelo trabalho (β = 0,163), e essa relação foi mediada pelas dimensões de flow prazer (β = 0,368) e motivação intrínseca (β = 0,267), enquanto a paixão obsessiva relacionou-se positivamente com a dimensão absorção (β = 409) e não se relacionou diretamente com a satisfação com o trabalho nem com a dimensão de flow prazer. Conclusão: Nesse sentido, conclui-se que treinadores que se relacionam harmoniosamente com as atividades exercidas tendem a experienciar maiores níveis de flow no trabalho, enquanto àqueles que apresentam paixão obsessiva pelo trabalho, vivenciam maiores níveis de absorção, porém não experienciam prazer na realização das tarefas e, consequentemente, não se percebem satisfeitos com o trabalho