Resumo

518PARQUES URBANOS COMO ESPAÇO EDUCATIVO INTERCULTURAL: GESTÃO E USO PÚBLICOReinaldo Pachecorepacheco@usp.brEscola de Artes, Ciências e Humanidades, Universidade de São Paulo – EACH/USP, São Paulo, São Paulo, BrasilOs parques urbanos, imersos no cenário de uma megalópole contemporânea tal como a Cidade de São Paulo (Brasil), com mais de dez milhões de habitantes, apresentam-se como espaços potenciais do encontro intercultural educativo. No entanto, observa-se que as políticas educacionais desconsideram as potencialidades destes espaços públicos de educação não formal ao não estabelecerem propostas integradas de políticas públicas que consideram as práticas culturais de tempo livre já desenvolvidas. No caso da Cidade de São Paulo, os parques municipais são administrados pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente sem que haja troca de experiências e estabelecimento de programas conjuntos com as secretarias municipais de educação, cultura, esporte e lazer. Desta forma, as atividades desenvolvidas nos parques municipais deixam de aproveitar todo o potencial de inclusão social e de troca intercultural possível no cenário de uma cidade que cada vez mais demandará serviços de cultura e lazer. Assim, parece não haver a devida consideração aos aspectos do planejamento do uso público destes espaços que poderiam oferecer atividades de forma a proporcionar inclusão social e o direito ao lazer, promovendo inclusive maior conservação ambiental. Propõe-se que os gestores responsáveis pela administração destes espaços públicos aproximem-se do campo de conhecimento e intervenção profissional relativo às políticas públicas de cultura e lazer e que as políticas educacionais do município considerem o potencial educativo não formal destes espaços. Desde 2013, temos oferecido uma Disciplina Optativa Livre no curso de Lazer e Turismo da Universidade de São Paulo com a temática do Uso Público em Parques Urbanos. A disciplina, em cinco anos, teve a procura de cerca de 250 estudantes. Esta iniciativa surgiu em função de um acúmulo de trabalhos de pesquisas, especialmente no tocante ao convênio DERSA/USP em relação ao planejamento do uso público dos parques recebidos pelos municípios de Embu das Artes, Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo do Campo e Santo André como compensação ambiental pela passagem do trecho sul do Rodoanel Metropolitano. Além disso, notou-se no campo dos Estudos do Lazer no Brasil, uma incipiência em relação à sistematização dos estudos sobre lazer nos parques urbanos também por meio da pesquisa FAPESP realizada no Parque Ecológico do Tietê acerca do uso público dos campos de futebol de várzea. Desta forma, esta comunicação pretende relatar e abrir espaço para discussão sobre o campo de estudos sobre os parques urbanos que está em desenvolvimento na EACH-USP, à luz da compreensão destes espaços como importantes componentes numa rede cidadã de educação não formal. Por meio do trabalho de campo da disciplina optativa temos mergulhado em realidades distintas e percebido diversos modelos de gestão em pequenas, médias e grandes cidades brasileiras, para além de São Paulo, tais como Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Sorocaba e Salto. Todavia, parece haver uma discussão ainda muito incipiente na realidade brasileira acerca dos modelos de gestão destes espaços que possam dar fluxo às demandas de uso na contemporaneidade

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