Pedagogia histórico-crítica na educação física escolar: um levantamento bibliográfico
Por Fernanda Gabriela de Rezende Casagrande (Autor), Mateus Camargo Pereira (Autor).
Resumo
A Pedagogia Histórico-Crítica (PHC) acredita que o conteúdo deve emergir da realidade dinâmica e concreta do aluno, para uma nova compreensão da realidade social. Com base teórica marxista busca uma crítica não reprodutivista que parta dos interesses dos dominados. A tradução desta pedagogia para a Educação Física escolar se deu pela abordagem Crítico-Superadora (SOARES et al, 2012). A pesquisa é um levantamento realizado no Programa de Mestrado Profissional em Educação Física do IFSULDEMINAS - Campus Muzambinho, para a construção de embasamento teórico quanto à temática. O objetivo do estudo é identificar se a temática da Educação Física Escolar referenciada na PHC é tratada na academia e sob que trabalhos. Para isso, realizou-se uma pesquisa bibliográfica com estudos que analisassem aspectos da prática pedagógica tendo a PHC como referência, presentes na Base de Teses e Dissertações (BDTD) e SCIELO utilizando os descritores “Educação Física escolar”, “Pedagogia Histórico-Crítica” e "Crítico Superadora”. Finalizamos com 13 textos que foram analisados para a produção deste estudo. Notamos que existem poucos trabalhos com enfoque em analisar aspectos da prática pedagógica na temática. Somente foram encontrados trabalhos posteriores a 2002. Sete estudos são dissertações e seis são artigos. A amostra compreende trabalhos realizados em todos os níveis de ensino (infantil, fundamental, médio e Educação de Jovens e Adultos). As quantidades de aulas variaram entre 6 e 28. Segundo Alves (2018), Brasileiro (2002), Kravchychyn (2006 a), Kravchychyn (2008 b) e Oliveira (2015), existiu uma relutância dos alunos para a viabilização de uma proposta emancipatória na Educação Física escolar. Alves (2018), Cauper (2018) e Oliveira (2015), apresentam a desvalorização da disciplina pela comunidade escolar, mas Kravchychyn (2006 a), Kravchychyn (2008 b), Cauper (2018) identificaram que houve uma maior valorização após as intervenções. Brasileiro (2002), Souza et al. (2005), Pina (2008), Lorenzini e Taffarel (2018) deixam de lado o relato da relação dos alunos com a sequência pedagógica. E textos como o de Cauper (2018), Brasileiro (2002), Costa (2020), Kravchychyn (2006 a) e Lorenzini e Taffarel (2018) não apresentam aspectos considerados importantes pela PHC. Já Alves (2018), Andrade (2019), Cauper (2018) e Oliveira (2015) mostram que embora existam limitações, há possibilidade de apropriação da PHC na Educação Física escolar