Resumo

INTRODUÇÃO: Os processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional, que ocorreram rapidamente, estão associados a mudanças de hábitos e ingestão alimentar no Brasil. Como consequência destes processos, podemos observar mudanças importantes no padrão de saúde e nutrição da população brasileira. Dentre as mudanças ocorridas, podemos citar o aumento expressivo do sobrepeso e obesidade na maioria da nossa população. Logo, tornam-se necessárias ações em saúde que favoreçam prevenção e tratamento das doenças crônicas não transmissíveis, como por exemplo, estratégias de orientações nutricionais. OBJETIVOS: O objetivo do presente trabalho foi caracterizar o perfil alimentar dos participantes do Dia da Saúde/UFPE – 2017. MÉTODOS: Foi realizada uma chamada pública na UFPE no dia 17 de julho de 2017, no dia de ação em saúde – UFPE, voltada para o atendimento da comunidade acadêmica desta instituição, com intuito de orientar sobre cuidados em saúde. Foram realizadas estratégias de orientações nutricionais e avaliação nutricional. Para tanto, hábitos alimentares por meio de instrumento proposto pelo Ministério da Saúde e, aferição de medidas antropométricas, peso, altura e circunferência da cintura foram avaliadas. Após a avaliação, os indivíduos foram orientados por 3 nutricionistas do Departamento de Nutrição da UFPE e 1 nutricionista do Núcleo de Atenção à Saúde do Servidor (NASS) quanto à alimentação saudável, segundo orientações do guia alimentar para população brasileira. RESULTADOS: Nos dados obtidos, é possível verificar que 68% dos funcionários entrevistados ingerem maior quantidade de alimentos na refeição do almoço,. 13% consumem mais no café da manhã e 18% no jantar. Considerando o grupo de estudantes, 83% consomem maior quantidade de alimentos no café da manhã, enquanto 15% realizam-na na janta e 2% no lanche. No grupo composto por demais pessoas entrevistadas, 75% referiram consumir mais alimentos no almoço e 25% no café da manhã. Quando entrevistados sobre a ingestão alimentar entre refeições principais e lanches, é possível verificar que no grupo dos funcionários, cerca de 69% dos alimentos são ingeridos durante as principais refeições e 31% durante os lanches. Para os estudantes, o valor entre as duas refeições é mais próximo, com 59% nas refeições e 41% durante os lanches. Para o grupo composto por demais entrevistados, 79% dos alimentos são ingeridos nas refeições principais e 21% nos lanches. Quanto à avaliação antropométrica o grupo de funcionários apresentou uma média de IMC igual a 27,13, os estudantes entrevistados possuem IMC médio de 23,13, e os demais participantes tem IMC de 36,46. Com relação aos métodos de cocção mais utilizados para os funcionários, a maioria prefere o consumo de alimentos cozidos (40%), seguido de alimentos assados (28%), fritos (23%) e grelhados (9%). Esse padrão difere para os estudantes, onde mais da metade (51%) tem como principal as preparações assadas, seguido por comidas cozidas (24%), fritas (21%) e grelhadas (4%). Os demais entrevistados informaram a preferência entre alimentos fritos e cozidos na mesma proporção (50%). Com relação ao consumo de sal no cotidiano, o grupo de funcionários respondeu que considera sua ingestão de sal leve (47%), moderada (45%) e alta (8%). A maioria dos estudantes entrevistados indicou que consideram seu consumo de sal moderado (53%), 47% indicou que o consumo é leve e apenas 2% indicaram que consomem alta quantidade de sal. No grupo composto pelas demais pessoas, 75% consideram alta sua ingestão, enquanto que 25% consideram moderada. Por fim, questionados sobre a ingestão diária de líquidos, os funcionários afirmaram que em média, consomem 1,53 litros de água diariamente. Em adição a esse valor, em média 0,15 litros de suco e 0,06 litros de refrigerante também são consumidos, consumindo em média 1,75 litros por dia de bebidas. No grupo formado por estudantes, o consumo médio de líquidos foi maior. Em média, os estudantes ingerem 1,87 litros de água, 0,32 litros de suco e 0,41 litros de refrigerante diariamente, sendo o grupo com maior ingestão diária de líquidos, com 2,60 litros por dia. O grupo formado pelos demais participantes informou consumo médio de 1,88 litros de água por dia, 0,02 l de suco e 0,02 litros de refrigerante, totalizando 1,92 litros por dia.
CONCLUSÃO: Sendo assim, sugere-se que fatores socioeconômicos podem influenciar as escolhas alimentares nestes indivíduos. Isto foi observado pelos menores índices de massa corporal, ingestão moderada de sal e maior consumo de bebidas não-alcoolicas dos estudantes. É importante que sejam realizadas ações e estratégias de saúde, especialmente para prevenção e tratamento de doenças crônicas não-transmissíveis.

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