Perfil Motivacional de Alunos Iniciantes em Escolas de Surf de Santa Catarina
Por Vinicius Zeilmann Brasil (Autor), Antuniel Aécio Terme (Autor), Renata Marcadella (Autor), Maick Vianna (Autor).
Em VIII Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura - CBAA
Resumo
Introdução: O aumento de adeptos ao surf em diferentes contextos (lazer, competição e saúde) (MOREIRA, 2009) tem fomentado, no litoral de Santa Catarina, a possibilidade de intervenção do profissional de Educação Física em escolas especializadas no ensino desta modalidade. Neste cenário, identificar o perfil motivacional dos alunos pode auxiliar o professor de surf no planejamento e em seus procedimentos pedagógicos utilizados para promover uma experiência de prática significativa. O conhecimento da motivação é um aspecto preponderante para identificar os fatores que o levam o indivíduo a iniciar e continuar na prática esportiva (TRUCCOLO; MADURO; FEIJÓ, 2006). A Teoria da Autodeterminação (TAD) indica que a motivação apresenta regulações complexas (biológicas, cognitivas e sociais) e que as pessoas são motivadas por diferentes fatores (RYAN; DECI, 2000). Objetivo: avaliar o perfil motivacional de surfistas iniciantes que realizam aulas de surfe no litoral catarinense, tendo como base a Teoria da Autodeterminação – TAD. Método: realizouse um estudo quantitativo, descritivo de campo (THOMAS; NELSON, 2002). A amostra foi composta 47 alunos (31 homens e 16 mulheres) com idade média de 31 anos e com tempo máximo de um ano de prática de surf, de duas escolas de surf de Santa Catarina. Os participantes responderam o Questionário de Regulação de Comportamento no Exercício Físico (BREQ-2; MARKLAND; TOBIN, 2004). A coleta de dados foi realizada individualmente na própria escola de surf após as aulas. Os dados foram analisados através do SPSS versão 13.0. Realizou-se o teste de Shapiro-Wilk, análises das médias e desvio padrão. Para testar as hipóteses utilizaram-se os testes t de Student (paramétricos) e Mann-Whitney (não paramétricos) ao nível de significância de 0,05 (p<0,05). A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos – CEPSH da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC (processo Nº. 39/09). Resultados: Os resultados revelaram que os alunos apresentaram elevada autodeterminação para a prática do surf, indicando baixos níveis dos reguladores externos da motivação e níveis elevados de reguladores internos (motivação intrínseca e regulação identificada), não havendo diferença significativa entre os gêneros apesar de os alunos do sexo masculino apresentar níveis mais altos de autodeterminação. Estes valores indicam que os alunos realizaram o surf, predominantemente, por desfrute do tempo livre (férias); prazer pela atividade, sobretudo pelo contato com a natureza (mar); por seus benefícios físicos e psicológicos; e também pela valorização da atividade consciente oferecida pelo professor (segurança). Estes resultados corroboram com os achados de Muyor et al. (2009) em estudo com participantes de centros esportivos, e com os resultados da investigação realizada por Espejo et al. (2008) com praticantes de atividades físico-esportivas não competitivas. De acordo com a TAD, pessoas com um perfil autodeterminado demonstram ter mais aderência à prática esportiva com tendência a alcançar uma maior freqüência de prática (MURCIA; COLL, 2005; MURCIA GIMENO; COLL, 2007). Conclusão: Os alunos investigados apresentaram um perfil motivacional autodeterminado para prática do surf, comportamento este regulado pela natureza lúdica da atividade, interesse no ambiente de prática e ainda pelo modo formal que a prática é oferecida.