Resumo

O incentivo ao treinamento de modalidades esportivas e competições para jovens com deficiência pode contribuir na melhora da detecção e desenvolvimento esportivo. As Paralimpíadas Escolares, promovida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), possibilitam a participação de jovens com deficiência em uma competição nacional, porém ainda existem questões acerca do acesso à prática esportiva para esses jovens, relacionando-se principalmente a idade e tipo de deficiência. Objetivo: Discutir o desempenho dos atletas da Paranatação na prova de 50m nado livre das Paralimpíadas Escolares 2019 de acordo com a classe, idade e sexo. Método: Para composição desta pesquisa quantitativa, os dados foram retirados dos resultados oficiais publicados no site virtual do CPB. Para análise foram selecionados os resultados da prova de 50m nado livre, feminino (FE) e masculino (MA), das classes S1 até a S14, das duas categorias de idade da competição. A categoria A (CA) incluía atletas de 12 a 14 anos, e, na categoria B (CB), os atletas de 15 a 17 anos. Para análise das categorias foi calculada a regressão linear considerando classe e desempenho, considerando o nível de significância de 5%. Resultados: Para o feminino não houve atletas das classes S1 à S3 para ambas as categorias (A e B), S5 na CA e o S14 na CB. No masculino não houve representantes na CA das classes S1, S2, S4 e S13, e na CB S1 e S3. A regressão linear foi significante (p<0,05) para FE-CA (r2=0,485), MACA (r2=0,518) e MA-CB (r2=0,426) (p<0,05), o FE-CB não apresentou significância (r2=0,216, p=0,176). Conclusões: Percebe-se a necessidade do incentivo à prática do paradesporto, principalmente para as classes mais baixas e público feminino. O baixo desempenho em algumas classes contribui para a baixa relação classe/desempenho, evidenciando a necessidade de estímulos à prática esportiva para jovens com deficiência, ampliando as possibilidades de detecção de talentos na paranatação, além de promover a prática de atividade física.