Pernas Para o Ar Que Ninguém é de Ferro: as Recreações na São Luís do Século XIX

O objetivo deste estudo é o de identificar as "recreações" praticadas pelos ludovicences durante o período imperial - 1823/1889 - utilizando-se de cronistas da época e de historiadores. As "recreações" praticadas na "ATENAS BRASILEIRA" no período estudado se identificam com aquelas atividades que se aproximam da noção de lazer expressa na origem grega da palavra, em que a aristocracia ocupava seu tempo com atividades de contemplação teórica, especulação filosófica e ócio, típica das sociedades escravocratas. Por volta de 1860, iniciado o período de decadência econômica, aproxima-se, a ocupação do tempo livre, com atividades que podem ser identificadas como características do "otium" romano, transformando-se num fenômeno elitista, ostentatório, já desprovido, de sentido filosófico. Os ludovicences, como hoje, dedicavam-se aos passeios e aos piqueniques pelos arrabaldes da Ilha. E. como hoje, mantinham uma produção cultural intensa, dedicando-se ao teatro, à poesia, ao romance, à crítica dos costumes e, sobretudo, bisbilhotando a vida alheia, e como registra MORAES (1989),_citando o famoso poema piada de Ascenço Ferreira, que "aqui observamos rigorosamente as obrigações de comer, dormir e vadiar, sendo que na hora do trabalho, 'pernas para o ar que ninguém é de ferro" (p. 177). Justifica-se o titulo de "Atenas brasileira".

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